Paulo Cerqueira |
Reunidos no gabinete do reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena, nesta manhã, o diretor da Faculdade de Direito, Joaquim Carlos Salgado, professores, um representante dos alunos e um dos funcionários técnicos e administrativos manifestaram o desejo da unidade em deixar o prédio da praça Afonso Arinos, no Centro, e ir para o campus Pampulha. O reitor, acompanhado do pró-reitor de Planejamento, José Nagib Cotrim Árabe, e da diretora do Departamento de Planejamento Físico e Projetos, Maria Lúcia Malard, explicou como se dá o processo de mudança, que vai desde a elaboração do projeto arquitetônico de um novo prédio até a busca por financiamento da obra. Ronaldo Pena definiu o horizonte de 2011 para a transferência da Faculdade para o campus. “A Faculdade não suporta mais aquela estrutura. O prédio não permite a convivência entre os alunos de períodos distintos. A mudança vai permitir que alunos do Direito 'se casem' com estudantes de outras áreas, porque atuamente só casam com advogados”, brinca o professor Hermes Vilchez Guerrero. O comentário bem-humorado revela a situação de distanciamento e falta de interação entre os estudantes de outras áreas da universidade e os da Faculdade de Direito, avaliado como prejudicial pelos presentes. Transferência Após a realização do estudo e a indicação dos possíveis terrenos, a Congregação da Faculdade vai avaliar a indicação e a proposta será votada pelo Conselho Universitário. Se aprovada, a escola inicia a busca por recursos para a obra, que podem vir da combinação do dinheiro da venda do prédio da Praça Afonso Arinos com emendas parlamentares, por exemplo. A capacidade de conseguir recursos define a agilidade da obra, o tamanho e o preço do projeto, explica Malard. Necessidades reais Vencidas essas etapas, Malard espera que as obras comecem em 2009, se a captação de recursos for satisfatória. Ela estima que seriam dois anos de obras para que, em 2011, a transferência da Faculdade para a Pampulha se efetive.
Para concretizar o desejo de mudança, foi formada a Comissão de Transferência, composta por três professores, um representante dos servidores técnicos e administrativos e um aluno. Primeiro, a comissão terá que levantar a demanda da Faculdade por espaço, assim como seus “dados populacionais” – número de professores, servidores técnico e administrativos e alunos. Esses dados vão servir para o estudo de localização e a escolha do terreno. Maria Lúcia Malard avalia que, sob um ponto de vista de zoneamento, é provável que a Faculdade de Direito esteja próxima ao setor de Ciências Humanas e Sociais da UFMG – onde estão a Faculdade de Fisolosia e Ciências Humanas da UFMG (Fafich) e a Faculdade de Ciências Econômicas (Face). A tendência sinalizada foi aprovada pelos membros da Faculdade que participaram da reunião.
A Comissão de Transferência da Faculdade de Direito vai começar a levantar as demandas espaciais da comunidade acadêmica da unidade. O Centro Acadêmico Afonso Pena (Caap) é o responsável por escutar as necessidades dos estudantes. Uma demanda já identificada é a ampliação da biblioteca que, no prédio do Centro, não possui espaço para estudo individual. Além disso, a criação do curso de Ciências do Estado, já no Vestibular 2009, vai exigir espaços mais amplos. A diretora do Departamento de Planejamento Físico e Projetos esclarece que é preciso contar com a população futura no levantamento, entretanto, os tipos de demandas apresentadas precisam ser avaliados. “Vir para o campus significa colocar na situação de conforto algo que estava desconfortável, não é querer uma estrutura faraônica ou um salão de festas”, esclarece Malard.