De acordo com estudo feito pela Pró-reitoria de Graduação da UFMG, o bônus do vestibular aprovado pelo Conselho Universitário da Universidade vai ampliar o acesso a estudantes de escolas públicas em cerca de 15%. Isso significa que, de 35%, os ingressantes provenientes de instituições públicas de ensino vão corresponder a 50% dos aprovados, igualando-se aos de escolas privadas. O estudo foi feito com base nos números do Vestibular 2006 e não inclui a simulação da entrada de negros de escolas públicas na UFMG. O bônus foi aprovado na reunião do Conselho Universitário da última quinta-feira, 15 de maio. O mecanismo concede um adicional de 10% na pontuação obtida no vestibular a candidados que freqüentaram escola pública da 5ª série do ensino fundamental ao último ano do ensino médio. Também foi aprovado o acréscimo de 5% ao bônus se o candidato se auto-declarar negro. Isso significa que os afro-descendentes estudantes de instituições públicas nos últimos sete anos da educação básica vão ter sua pontuação aumentada em 15%. O benefício entra em vigor no próximo vestibular. Os acréscimos de 10% e 15% vão ser concedidos nas duas estapas do concurso. De acordo com o reitor da UFMG, professor Ronaldo Pena, a medida difere da política de cotas porque não é a simples reserva de vagas. “O bônus depende da nota que o aluno da escola pública tira, o que valoriza o mérito do estudante que se aproxima da aprovação”. O reitor ressalta que o bônus vai equilibrar as condições de competição entre alunos de escolas públicas e privadas, sem prejudicar os estudantes de instituições privadas. “Pensando em termos de políticas públicas, teremos um país mais justo, com mais oportunidades e menos violência”, comenta. Universidades como a Unicamp, a USP, a Federal Fluminense (UFF) e a Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) já adotam sistemas semelhantes. A comprovação dos estudos em escola pública será feita por meio do histórico escolar do candidato. Mas, a Comissão Permanente de Vestibular da UFMG (Copeve) ainda não definiu como e quando a entrega vai ser feita. No formulário de inscrição, o candidato já declara sua trajetória escolar e a raça à qual pertence. Segundo o pró-reitor de Graduação, professor Mauro Braga, é provável que o questionário seja reformulado e que algumas perguntas sejam incluídas. Para que mais candidatos de escolas públicas tenham chances de se inscrever no Vestibular 2009, o prazo para o pedido de isenção da taxa de inscrição será reaberto na próxima segunda-feira. O pedido de isenção poderá ser feito até 16 de junho. As inscrições para o Vestibular acontecem entre 10 de agosto e 12 de setembro. Ronaldo Pena destacou que a proposta de inclusão social da Universidade também inclui a criação de cerca de 1.200 novas vagas no Vestibular 2009, das quais mais de 700 são para cursos noturnos. Uma expansão de mil vagas está prevista para o Vestibular 2010.