O estado de Pernambuco irá adotar o projeto Fica Vivo, de prevenção a homicídios juvenis, desenvolvido pelo Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Faculdade de Filosofica e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG. O programa, implantado no Aglomerado Morro das Pedras, em Belo Horizonte, em 2002, foi transformado no ano seguinte em política pública de prevenção à criminalidade, pelo governo mineiro. Há duas semanas, o vice-governador de Pernambuco João Lyra Neto esteve na sede do Centro para conhecer o projeto e anunciou a decisão de adotá-lo. Lyra Neto é gestor do Pacto pela Vida, programa do governo pernambucano para redução da criminalidade. O anúncio na UFMG ocorreu após o Pacto completar um ano, sem atingir a meta de reduzir em 12% os homicídios em Pernambuco. Em Belo Horizonte, João Lyra Neto visitou a Secretaria de Estado de Defesa Social, gestora do Fica Vivo, e conheceu o Morro das Pedras, primeira comunidade a receber o programa. Um ano após a implantação, o número de homicídios foi reduzido em 50%. Há três meses, o aglomerado, que em 2002 era o local mais violento da Capital, não registra nenhum assassinato, segundo dados oficiais. De acordo com Robson Sávio Reis Souza, pesquisador e coordenador de comunicação do Crisp, a participação do Centro na implantação do projeto em Pernambuco já está acertada, faltando apenas a definição do formato de atuação. “Podemos atuar como instituição, com o próprio Crisp trabalhando no projeto, ou com alguns pesquisadores prestando consultoria ao governo pernambucano”, explica o coordenador. “Existe um projeto similar implantado no Espirito Santo, e nossos pesquisadores já prestaram consultoria em várias cidades do Rio de Janeiro”, completa. O programa Fica Vivo é destinado a jovens com idades entre 12 e 24 anos, e engloba uma série de ações como a realização de diagnóstico para implantação de núcleo de prevenção à criminalidade, reunindo psicólogos, advogados e assistentes sociais; promoção de reuniões com a comunidade, investimento em policiamento comunitário, além de cursos, oficinas culturais e práticas de esportes. Atualmente, de acordo com o Crisp, o programa atende mais de 13 mil jovens de onze municípios mineiros.