Trabalhadores e caminhão-pipa da UFMG iniciaram, na manhã desta sexta-feira, 19, a remoção da lama que se encontra depositada em extenso trecho da Mendes Pimentel, no campus Pampulha. O problema, conseqüência da inundação provocada pelas chuvas ocorridas no início da noite de ontem, atingiu ainda a região de serviços do campus, especialmente o prédio onde funciona o Setor de Transportes. Nele, cozinha e sala de motoristas foram invadidas pelas águas. "A enchente foi muito grave, apesar de a chuva não ter sido tão forte no campus", disse a pró-reitora de Administração Ana Maria Motta Rodrigues. Ela acredita que o problema tenha sido gerado a partir de tromba d'água ocorrida na região do Caiçara. A inundação no campus decorre do extravasamento das águas do córrego Engenho Nogueira, cuja canalização corta a área da Universidade desde o Colégio Militar à avenida Abraão Caram. Na avenida Mendes Pimentel, na altura do prédio da Face, a tubulação por onde corre o riacho encontra ponto de respiro, para evitar seu rompimento. "Muitas vezes, a pressão da água é tanta que arranca o gradil desse 'suspiro', diz a pró-reitora. No momento, conforme explica, equipes de engenheiros e a coordenação do Departamento de Manutenção e Operação de Infra-Estrutura (Dmae), órgão ligado à pró-reitoria de Administração, estão realizando inspeção em outros prédios localizados em pontos críticos no campus - aqueles que se encontram ao longo da canalização e que estão em terreno baixo. "Ainda não recebemos reclamações das unidades", informa Ana Maria Motta. Conforme relato das equipes do setor de manutenção, além da região de serviços, apenas uma pequena área do prédio do ICEx foi atingida. "Entrou um pouco de água no Laboratório de Computação Científica (LCC), mas não comprometeu os equipamentos", observa a pró-reitora. Ontem, o problema da enchente foi relatado em reportagem pelo site da UFMG. Mais de 20 veículos, incluindo um táxi e um ônibus da linha 5102, ficaram presos na inundação ou foram arrastados pelas águas, na avenida Mendes Pimentel. Hoje, carros ainda eram encontrados batidos em postes, sobre a calçada (veja outras imagens abaixo). De acordo com Ana Maria Motta, os proprietários de veículos devem ficar atentos e não estacionar nos trechos sinalizados na avenida, durante o período de chuvas. "A inundação ocorre muito rapidamente", alerta. Obras iniciadas pela Prefeitura de BH para solucionar o problema serão retomadas apenas em março. A previsão é que a construção de uma bacia de contenção do córrego seja concluída em 2010. Leia mais sobre o projeto e a enchente de ontem nos links: Chuvas voltam a inundar avenida Mendes PimentelCom o veículo encontrado na avenida, em frente à Reitoria, o músico e estudante de pós-graduação da UFMG, Jamir Carvalho Dias, de 31 anos, relatou que por volta das 17h, seu carro, que estava parado em frente ao estacionamento da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), começou a ser arrastado. “A água chegava até a metade do carro e fiquei com medo da correnteza, que estava muito forte, então resolvi arrastá-lo até a Reitoria”, revela. “No desespero eu acabei ligando o carro e não sabia que não podia. Agora não funciona”, desabafa.
Permitido estacionar
Obra deve pôr fim aos alagamentos no campus Pampulha, oferecendo segurança aos motoristas que deixam seus carros na avenida Mendes Pimentel