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Oito ex-reitores da UFMG prestaram hoje solidariedade ao reitor Ronaldo Pena e à vice-reitora Heloísa Starling, em relação ao tratamento dado pelo jornal Estado de Minas a decisões do Tribunal de Contas da União (TCU). O tribunal questionou, em acórdão publicado em novembro, alguns contratos da Universidade com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). A UFMG divergiu do conteúdo do acórdão, por meio de mandado de segurança impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF), e teve liminar parcialmente concedida a seu favor, em 2 de janeiro. Três ex-reitores foram ao gabinete de Ronaldo Pena, representando os outros cinco, que não puderam comparecer por motivos de saúde ou de viagem. Estiveram presentes Cid Veloso (gestão 1986-1990), Francisco César de Sá Barreto (1998-2002) e Ana Lúcia Gazzola (2002-2006). Os oito assinam manifesto sobre o assunto. Os cinco que não puderam comparecer são Aluísio Pimenta, Eduardo Osório Cisalpino, José Henrique Santos, Vanessa Guimarães Pinto e Tomaz Aroldo da Mota Santos. Clique aqui para ler o manifesto. No encontro com o reitor, Cid Veloso, Francisco César Sá Barreto e Ana Lúcia Gazzola também pronunciaram-se a respeito das notícias publicadas pelo jornal, das decisões do TCU e da iniciativa da UFMG de questioná-las no Supremo. Interpretação "Ao buscar o STF, a Universidade não está dizendo que não vai cumprir as determinações, não está afrontando o TCU, está apenas divergindo do TCU", afirmou a ex-reitora. Ela disse, ainda, que o modelo agora questionado pelo tribunal representa economia de recursos públicos e permite à UFMG ter um campus com infra-estrutura de nível internacional. A Universidade é uma das cinco instituições de ensino superior brasileiras presentes em diferentes listas de melhores do mundo. Para Cid Veloso, não há possibilidade de as universidades federais funcionarem adequadamente sem o apoio das fundações. "Esse não é um problema do atual reitorado, nem da UFMG, mas de todas as universidades públicas brasileiras", declarou. Sá Barreto disse que a visita dos ex-reitores tem o caráter de ressaltar que a posição declarada por eles não é pessoal, mas diz respeito à instituição. Ele citou as obras do projeto Campus 2000 como exemplo de continuidade da política institucional. Elas foram iniciadas em sua gestão e tiveram seqüência nos reitorados posteriores. Ronaldo Pena também recebeu a solidariedade de diretores de unidades acadêmicas da UFMG, em reunião organizada por eles na Reitoria.
Ana Lúcia Gazzola lembrou que as prestações de contas dos reitorados anteriores foram aprovadas pelo TCU, embora o modelo de gerenciamento de obras e contratos fosse idêntico ao atual. Na opinião dela, no entanto, tem se consolidado, no Tribunal de Contas da União, uma interpretação diferente da adotada pela UFMG em relação a esse modelo. Por isso, segundo ela, o STF é o foro adequado para desfazer as dúvidas sobre o assunto.