Projeto de lei aprovado ontem pela Câmara dos Deputado impede um mesmo estudante de cursar simultanemanete dois cursos de graduação na rede pública de ensino. A medida ainda precisa ser aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente da República. Atualmente, as universidades vetam a dupla matrícula na mesma instituição. Entretanto, não costuma haver dificuldade para alguém estudar em duas faculdades públicas diferentes. As únicas entidades que já se uniram para evitar essa situação são a USP, Unesp e Unicamp, que mantêm um acordo através do qual compartilham as listas dos aprovados em seus vestibulares. Em Belo Horizonte, não há nenhum impedimento para a matrícula de um mesmo estudante em mais de curso de graduação da rede pública. A cidade abriga hoje três instituições públicas de ensino superior: UFMG, Uemg e Fundação João Pinheiro. O projeto determina que a instituição de ensino, quando detectar a dupla matrícula, deverá dar um prazo de cinco dias ao aluno para que ele decida em qual dos cursos pretende ficar. Se o estudante não se manifestar, será cancelada a matrícula mais antiga. Mas se a duplicidade for na mesma instituição, é a mais recente que deverá ser cancelada. A proposta não especifica como será feita a fiscalização e, se aprovada, a regra não afetará alunos que já estão matriculados em dois cursos na rede pública. Polêmica A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), porém, já manifestou que, caso o projeto seja aprovado pelo Senado, poderá entrar com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que tal medida impede que os indivíduos exerçam suas competências.
O deputado federal Maurício Rands (PT-PE), autor do projeto, afirma que a proposta é motivada pela constatação de que há poucas vagas no ensino público superior e seria injusto que um mesmo aluno ocupasse duas vagas. O objetivo, portanto, seria promover a inclusão social, permitindo que mais pessoas alcançassem o ensino superior público.