Do Seminário Festival de Inverno – Perspectivas da Cultura em um Cenário de Transformações, realizado esta semana, sairá uma carta a ser encaminhada a todos os candidatos à Reitoria da UFMG. Ela apontará caminhos para que o evento se viabilize no futuro. Para isso, terá que ser alvo de um planejamento de longo prazo, avalia o coordenador-geral, Maurício Campomori. “Até mesmo em função das questões orçamentárias da Universidade, é preciso que ele seja trabalhado dentro de um prazo maior, com mais tranquilidade e, possivelmente, com mais qualidade”, defendeu, nesta entrevista. Quais as principais conclusões do seminário? Quais os principais pontos da carta a ser apresentada aos candidatos à Reitoria? Como o conceito de tradução se relaciona com as discussões sobre o futuro do Festival promovidas durante o seminário?
Ele nos deu a certeza de que o Festival tem seguido o caminho correto – construiu uma trajetória muito forte em termos de formação artística, cultural e cidadã dos participantes. Uma unanimidade entre os presentes é a convicção de que o Festival deve continuar, possivelmente em Diamantina. Continuar de forma mais planejada e estruturada ao longo do tempo – uma demanda também unânime –, buscando que ele se fortifique a cada ano.
A necessidade de um planejamento de longo prazo para garantir a continuidade do Festival. Até mesmo em função das questões orçamentárias da Universidade, é preciso que ele seja trabalhado dentro de um prazo maior, com mais tranquilidade e, possivelmente, com mais qualidade. Uma segunda questão é a tentativa de fazer com que o Festival se ligue cada vez mais ao cotidiano da população local. Que haja possibilidades de maior retorno à cidade. Um fato que nos alegrou muito foi a proposta da Prefeitura de Diamantina de colaborar na formatação, elaboração e produção do Festival ao longo desse período de planejamento.
O conceito do Festival busca especular sobre as possibilidades de relação entre as artes e, como possuidoras de linguagens diferentes, elas são obrigadas a exercitar um tipo de tradução para se intercomunicar. Temos que fazer a tradução da nossa realidade para uma realidade que não conhecemos, que muitas vezes é imaginativa, especulativa.