UFMG oferece acesso a títulos de obras raras a pesquisadores de todo o mundo

Em solenidade nesta quinta-feira, 30 de julho, às 10h, a diretoria do Sistema de Bibliotecas da UFMG oficializa o término de projeto de conservação preventiva em seu acervo de obras raras.

Iniciado em 2006, o projeto custeado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) catalogou milhares de livros e documentos raros ou pertencentes às coleções especiais da Universidade. O projeto também viabilizou a instalação de ambientes adequados para a conservação e acesso ao material.

A partir de agora os títulos de quatro mil obras estão catalogados na base de dados do Sistema de Bibliotecas da Universidade e podem ser encontrados, via internet, por pesquisadores de todo o mundo.

O acervo reúne obras dos séculos 16 a 20, muitas das quais reconhecidas como raridades bibliográficas e citadas em bancos especializados de informação. A consulta aos títulos pode ser feita pelo endereço www.bu.ufmg.br. Devido à sua raridade, as obras estão disponíveis apenas para consulta local.

Salas climatizadas
O projeto, no valor de R$ 332 mil, foi apresentado ao BNDES pela bibliotecária Marlene de Fátima Vieira Lopes. Os recursos foram utilizados para higienização e catalogação dos livros; confecção de capas de poliéster que protegem cada uma das obras; instalação de laboratório de preservação, com mesas de sucção, higienização e umidificação; aquisição de estantes deslizantes, para melhor aproveitamento do espaço; e instalação de controle de temperatura e umidade. O setor funciona no quarto andar da Biblioteca Central, no campus Pampulha.

Ainda com recursos do projeto foram restauradas duas obras consideradas únicas no mundo: um álbum que contém a árvore genealógica da família Fonseca, escrita em pergaminho (pele de animal) e publicada em 1643; e uma coletânea de 132 cartas e documentos manuscritos, com datas de 1700 a 1900, assinados por personalidades, entre as quais D. João VI, D. Pedro I, José Bonifácio de Andrada, e os inconfidentes Thomas Antonio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Tiradentes e Claudio Manoel da Costa. A restauração das duas obras foi realizada no Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor) da Escola de Belas Artes da UFMG.

Segundo a vice-diretora do Sistema de Bibliotecas da UFMG, Rosemary Tofani Motta, o trabalho de preservação do acervo foi coordenado pelo restaurador Mário Anacleto de Souza Júnior. Os cerca de quatro mil livros instalados no setor equivalem a 80% do acervo de obras raras e coleções especiais. “Com a finalização do projeto do BNDES, a Reitoria atendeu nossa solicitação e está repassando subsídios para que possamos dar sequência ao trabalho”, informa a diretora do Sistema de Bibliotecas da UFMG, Maria Elizabeth de Oliveira Costa ao acrescentar que o trabalho inclui diagnóstico de todas as peças, com identificação dos danos mais frequentes.

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