Um dos mais populares expoentes da música eletrônica em Minas Gerais, DJ Robinho, comanda hoje, às 22h, no Mercado Velho, evento de encerramento do 41º Festival de Inverno da UFMG, com a promessa de agitar o público de Diamantina. Em entrevista à assessoria do Festival, o DJ, um dos responsáveis pela disseminação da house music em Belo Horizonte, comentou sobre a apresentação e o cenário da música eletrônica, e garantiu: o público mineiro é grande adepto desse estilo musical. Você pretende montar um repertório diferente do que usualmente apresenta, em função do caráter do Festival? Quais transformações o cenário da música eletrônica sofreu nos últimos anos, especialmente em Minas Gerais? O público mineiro tem alguma peculiaridade em relação a outros para os quais você já se apresentou?
Primeiro irei analisar o público que estará no local. Farei o repertório de acordo com o perfil e preferências das pessoas que estiverem presentes, além de sempre ficar de olho na reação delas ao longo da apresentação. O importante é que a festa aconteça da melhor forma possível e que todos saiam satisfeitos.
O número de pessoas que gostam do estilo aumentou e cresceu também o número de festas, de promoters , DJ’s e designers... Antes, tínhamos uma cultura muito pequena e, agora, ela ficou enorme. Hoje, existem grandes festivais de música eletrônica, grandes festas. A música eletrônica já é uma realidade. Acontecem festas com frequência incrível. Antes a gente esperava meses para ter uma festa e, hoje, toda semana tem. O cenário realmente cresceu e tende a continuar assim.
Belo Horizonte já foi considerada, dentro dos segmentos da música eletrônica, como techno, trance, house, drum’bass, a casa do house. DJ’s brasileiros e estrangeiros que vinham tocar na cidade encontravam um público que gostava muito das festas. A vibe era realmente muito melhor, as pessoas gostavam mais. Hoje, com a diversificação dos estilos, perdemos um pouco disso. Minas Gerais, atualmente, não tem mais uma peculiaridade como tinha antes. Mas isto não acontece só aqui. Todos os lugares, com essa diversificação, têm sofrido com isso, mas antes nós tínhamos essa diferença. Os mineiros realmente gostam. O que falta agora é a gente conseguir educar o público para ouvir novos sons e não apenas aqueles tocados nas rádios. É difícil, mas é necessário fazermos isso. O principal é que todos possam sempre ouvir algo que nunca ouviram, assimilar e gostar disso.