Eber Faioli |
Durante solenidade na manhã de hoje que oficializou o término do projeto de conservação preventiva do acervo de obras raras da Biblioteca Universitária, a diretora do Sistema de Bibliotecas da UFMG, Maria Elizabeth de Oliveira Costa, anunciou que outras mil obras vão passar pelo mesmo processo de revitalização. O total de títulos equivale a 20% do acervo de obras raras da UFMG, que não foi contemplado no projeto terminado hoje. De acordo com Maria Elizabeth, a continuidade dos trabalhos vai ser apoiada pela reitoria. “Apresentamos uma proposta para a reitoria, que nos apoiou na contratação de estagiários”. Oito estagiários dos cursos de Biblioteconomia e de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis vão trabalhar na higienização das obras a partir da próxima semana. Eles receberão treinamento e vão trabalhar sob a coordenação dos bibliotecários responsáveis. O projeto A partir de agora os títulos das obras estão catalogados na base de dados do Sistema de Bibliotecas da Universidade e podem ser encontrados, via internet, por pesquisadores de todo o mundo. O acervo reúne obras dos séculos 16 a 20, muitas das quais reconhecidas como raridades bibliográficas e citadas em bancos especializados de informação. A consulta aos títulos pode ser feita pelo endereço www.bu.ufmg.br. Devido à sua raridade, as obras estão disponíveis apenas para consulta local. Salas climatizadas Ainda com recursos do projeto foram restauradas duas obras consideradas únicas no mundo: um álbum que contém a árvore genealógica da família Fonseca, escrita em pergaminho (pele de animal) e publicada em 1643; e uma coletânea de 132 cartas e documentos manuscritos, com datas de 1700 a 1900, assinados por personalidades, entre as quais D. João VI, D. Pedro I, José Bonifácio de Andrada, e os inconfidentes Thomas Antonio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Tiradentes e Cláudio Manoel da Costa. A restauração das duas obras foi realizada no Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor) da Escola de Belas Artes da UFMG.
Iniciado em 2006, o projeto cujo término foi oficializado hoje foi custeado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Foram catalogados cerca de quatro mil livros e documentos raros ou pertencentes às coleções especiais da Universidade. O projeto também viabilizou a instalação de ambientes adequados para a conservação e acesso ao material.
O projeto, no valor de R$ 332 mil, foi apresentado ao BNDES pela bibliotecária Marlene de Fátima Vieira Lopes. Os recursos foram utilizados para higienização e catalogação dos livros; confecção de capas de poliéster que protegem cada uma das obras; instalação de laboratório de preservação, com mesas de sucção, higienização e umidificação; aquisição de estantes deslizantes, para melhor aproveitamento do espaço; e instalação de controle de temperatura e umidade. O setor funciona no quarto andar da Biblioteca Central, no campus Pampulha.