A mesa-redonda Ciência em cena, uma das atrações desta quarta-feira da Semana do Conhecimento e Cultura, abordou a importância da divulgação e difusão da ciência. As necessidades e dificuldades de levar a ciência a toda a população foram as principais questões que conduziram o debate. O jornalista Marcelo Leite, colunista da Folha de São Paulo, discutiu o papel do jornalismo científico e a posição crítica que o jornalista deve adotar também com relação às pesquisas produzidas nas universidades. “É preciso um pouco mais que informação. Deve-se informar para fazer pensar sobre o mundo e promover reflexão sobre a realidade”, disse. Segundo Leite, as notícias jornalísticas devem apresentar aspectos interessantes do fato, no entanto, tal característica precisa ser usada em função da reflexão. A dificuldade em entender as matérias sobre ciência e tecnologia foi colocada como um dos principais obstáculos do jornalista científico. A causa foi atribuída às deficiências no sistema de educação básica brasileiro. Porém, de acordo com Marcelo Leite, o próprio jornalismo também é responsável por esse quadro, que pode ser revertido levando os temas à sociedade de forma mais crítica e ao abordar suas consequências e implicações para a vida das pessoas. “Muitos concluem que o público não tem condições de participar do debate. Mas ignorância é problema, não justificativa”, enfatiza. Já a professora Tânia Costa, diretora do Centro de Difusão da Ciência (CDC), ressaltou as maneiras de levar ciência à comunidade e como a UFMG atua neste sentido através do CDC. Por meio de seus diferentes projetos, a Universidade busca ampliar o próprio conceito de difusão que, segundo a professora, deve estar associado à idéia de articulação entre diferentes espaços da UFMG e cidade, multiplicidade de formas e linguagens e irradiação, ou seja, atingir o maior número de pessoas e de temas para discussão. Veja a programação completa da Semana na página do evento. Leia entrevista concedida por Marcelo Leite ao Portal UFMG.