Apenas 13% das mulheres diabéticas em Minas Gerais procuram o médico antes de engravidar. O controle pré-concepcional é necessário para regular adequadamente as taxas de glicose e receber vitaminas necessárias, evitando problemas para o feto e a para a mãe A falta de informação é apontada como a principal causa dessa situação. A conclusão é de Fábio Mendes Botelho Filho e Bruno Gontijo Alves, estudantes do último ano de medicina, a partir de pesquisa de iniciação científica, orientada pela endocrinologista Anelise Impelizieri Nogueira, chefe de serviço no Hospital das Clínicas (HC) e da Faculdade de Medicina da UFMG. Segundo os alunos, é possível afirmar que o resultado reflete a realidade de Minas Gerais e não apenas a de Belo Horizonte. Isso porque o HC é referência no controle de gestantes diabéticas de Minas Gerais e polo de tratamento, mesmo para os casos identificados no interior do estado. “Isso é alarmante, porque o controle pré-concepcional é um procedimento simples e que está disponível gratuitamente no SUS” afirma Anelise Impelizieri. Riscos Do total de casos, apenas 14 mulheres fizeram o controle pré-concepcional. Considerando todas as gestações, 12,1% tiveram filhos com malformações e 18,2% abortaram, “Bebês filhos de diabéticas podem ter risco três vezes maior de desenvolver alguma malformação ou outras complicações”, esclarece Fábio Botelho. Retardo de crescimento, má lformações cardíacas, renais, do sistema nervoso central, sofrimento fetal devido à menor oxigenação dentro do útero, são algumas das possibilidades mais graves, alerta. “O controle das taxas de glicose antes de engravidar, entre diabéticas, reduz o risco de malformações, por exemplo, aos mesmos índices de probabilidade de uma mulher não diabética, ou seja, quase zero”, esclarece a endocrinologista. Os resultados foram apresentados no décimo quarto Congresso Brasileiro de Diabetes, ocorrudo em Fortaleza, em novembro do ano passado. A próxima fase do estudo prevê atualizar os dados até 2010. Diabetes: dados Diabetes Tipo 1 - o paciente deixa de produzir insulina. Esse tipo afeta entre 5 a 10% do total de diabéticos. Diabetes Tipo 2 - o indivíduo, habitualmente obeso, sedentário e com idade superior a 30 anos, apresenta resistência à insulina. Ocorre em cerca de 90% do total de diabéticos. Diabetes gestacional – ocorre durante a gestação e pode, ou não, se manter depois do parto. (Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG)
O estudo analisou 112 casos de gestantes previamente diagnosticadas como diabéticas, atendidas no Hospital das Clínicas da UFMG, entre 2004 e 2008. Do grupo pesquisado, 59,8% tinham diabetes mellitus tipo 1 e 33,9 % a diabetes mellitus tipo 2. Em 6,3% das gestantes não foram identificados o tipo da doença.
No Brasil, quase quatro milhões de mulheres são diabéticas mas apenas metade delas possui informação sobre essa condição. Em Belo Horizonte, 5,5% da população feminina tem a doença que se apresenta de três formas: