Três dos sete paineis da artista Yara Tupinambá tombados pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte estão no campus Pampulha. Trata-se das obras Inconfidência mineira, instalada no saguão da reitoria; Desbravamento do Rio São Francisco, afixada na Faculdade de Educação; e O Trabalho, mural de cimento que reveste a parede externa do prédio da unidade administrativa 2. “O tombamento é o reconhecimento do extremo valor artístico dessas obras e do trabalho de Yara Tupinambá, maior expressão de Minas Gerais na produção de grandes paineis”, comenta o professor Maurício Campomori, diretor de ação cultural da UFMG e representante da sociedade civil no Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. Campomori afirma que a Universidade tem orgulho de possuir diversas obras da artista, entre as quais os três murais tombados, “que retratam motivações históricas da nossa cultura”. Yara Tupinambá foi professora de Gravura e diretora da Escola de Belas Artes da UFMG. Tem 92 painéis e murais espalhados por numerosas cidades brasileiras. As obras Segundo o professor Marco Elizio de Paiva, da Escola de Belas-Artes da UFMG, Yara Tupynambá sempre se preocupou em produzir uma arte de transição social brasileira. Ao expor momentos históricos marcantes através de painéis, a artista "liberta-se da individualidade do cavalete para a universalidade do mural de interesse público", analisa Paiva. O painel Inconfidência Mineira se encontra no Espaço Expositivo da Reitoria (saguão do prédio) desde a década de 1960. Descreve cenas do movimento mineiro, a começar pelo castigo de Felipe dos Santos, retrata as primeiras reuniões dos inconfidentes e finaliza com o esquartejamento de Tiradentes. Simultaneamente, o mural revela o despertar do povo brasileiro para uma consciência nacional, bem como o sofrimento dos inconfidentes. Intitulado O Trabalho, o painel de cimento que decora externamente o prédio da unidade administrativa 2 foi idealizado por Yara Tupinambá e realizado com a assistência das artistas Olímpia Couto e Lúcia Marques, além de outros treze profissionais, entre engenheiros, pedreiros e ajudantes. Pioneiro no Brasil à época de sua construção, na década de 1970, o painel foi idealizado e executado como parte de um programa mais amplo da UFMG, de dotar o seu campus na Pampulha de grandes obras de arte ao ar livre, dispostas em vários pontos.
O painel Desbravamento do Rio São Francisco, instalado no auditório Neidson Rodrigues da Faculdade de Educação, tem 37,5 metros quadrados.
Executado originalmente em 1968, em tinta acrílica sobre placa de ocaplan, para a sede do Banco Mercantil de Minas Gerais, e doado à UFMG no final da década de 1990, o painel sintetiza a saga do Velho Chico e confirma a preferência de Yara Tupynambá por temas históricos.
Desbravamento do Rio São Francisco
Cena do mural Inconfidência Mineira
Mural O Trabalho reveste parede externa de prédio no campus Pampulha