Pesquisa desenvolvida pela fisioterapeuta Márcia Maria Oliveira Lima, doutora pela Faculdade Medicina da UFMG, mostra que a realização de atividades aeróbicas por portadores da doença de Chagas pode ser positiva a esses grupos. Participaram do estudo 40 voluntários com idade entre 30 e 65 anos com insuficiência cardíaca causada pela doença de Chagas. Eles foram avaliados no Ambulatório Orestes Diniz do Hospital das Clínicas da UFMG. Após algum tempo de participação no programa de caminhada proposto, a pesquisadora observou que todos apresentaram melhora em sua capacidade funcional – que se refere à capacidade física e à independência dos indivíduos – e na tolerância ao esforço físico. Ou seja, apresentaram maior disposição física, participação social e ganhos de independência. Vantagens Segundo ela, os pacientes com problemas cardíacos, de qualquer natureza, devem passar por avaliação clínica criteriosa e ter acompanhamento profissional durante a realização de qualquer tipo de atividade física. “Portadores de doenças de Chagas que apresentam complicações cardíacas precisam redobrar esse cuidado, pois são grandes os riscos de morte súbita”, orienta Márcia Lima, que também é professora de cardiologia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Diamantina. Para evitar tais problemas, os pacientes pesquisados passaram por testes e exames capazes de determinar a carga exata de caminhada a ser prescrita. Testes O estudo consistiu de exercícios para aquecimento, atividades aeróbias, como caminhada, e exercícios de relaxamento. Com duração de 60 minutos, três vezes por semana, durante três meses, e sempre supervisionados pela pesquisadora, a assiduidade ao programa foi de 95%. Vantagens Segundo a fisioterapeuta, a pesquisa contribui para o desenvolvimento de atividades no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), destinadas a otimizar o tratamento de pacientes com cardiomiopatia chagástica. (Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina)
Nenhum dos voluntários apresentou complicações decorrentes dos testes e exercícios físicos realizados. “Existe, no entanto, uma dosagem exata de exercícios para cada paciente”, alerta Márcia Lima.
Os voluntários do grupo experimental (GE), que participaram das atividades monitoradas, alcançaram melhores resultados do que o grupo de controle (GC), que não realizaram os exercícios. Nos quesitos vitalidade, aspecto emocional e saúde mental, os resultados do primeiro grupo também foram considerados positivos.
Uma das vantagens da medida terapêutica avaliada na UFMG consiste em seu baixo custo, o que facilitaria sua adoção como estratégia complementar ao tratamento farmacológico.