Universidade Federal de Minas Gerais

Estudo confirma a circulação de novo genótipo de vírus da dengue na região de Belo Horizonte

quarta-feira, 2 de junho de 2010, às 7h40

A dengue é um dos principais problemas da saúde pública mundial. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença é registrada em todo o Brasil, sendo as regiões nordeste e sudeste as mais infectadas. Esse ano, por exemplo, Belo Horizonte registrou 15 mil infecções até o mês de maio, um número bastante elevado. Para se ter um comparativo, em todo o ano de 2009, foram 12 mil casos registrados na capital.

Graças à alta incidência e à forte campanha de prevenção, a grande maioria da população tem conhecimento sobre a doença. Só que o que pouca gente sabe é que não existe somente um, mas quatro tipos diferentes de vírus dengue. “A doença pode ser causada por um dos quatro sorotipos diferentes, sendo que três deles já foram encontrados em Minas Gerais”, afirma a professora Erna Geessien Kroon, do Laboratório de Vírus do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB). Erna e outros pesquisadores publicaram recentemente o artigo Dengue vírus 3 genótipo I em mosquitos e ovos Aedes aegypti, Brasil, 2005-2006 (Dengue virus 3 genotype I in Aedes aegypti mosquitoes and eggs, Brazil, 2005-2006) no periódico Emerging Infectious Diseases (EID) , especializado em divulgar informações sobre doenças infecciosas inéditas ou reincidentes.

Nesse trabalho, a equipe de pesquisadores da UFMG identifica a presença do vírus dengue 3 genótipo I em mosquitos e ovos capturados na região de Belo Horizonte. “O que nós percebemos é que os insetos coletados foram infectados com o vírus em um processo natural confirmando a transmissão vertical do vírus, ou seja, da fêmea adulta para seus ovos”, explica Erna Kroon. Segundo a pesquisadora, outra novidade do artigo é que, até então, este vírus ainda não havia sido identificado em mosquitos e larvas, apenas em seres humanos.

A doutoranda em microbiologia Ana Paula Pessoa Vilela, que também esteve envolvida na pesquisa, explica a importância da transmissão vertical, pois o mosquito pode estar carreando um vírus que estará envolvido em uma futura epidemia. “Normalmente, o mosquito contrai o vírus ao picar uma pessoa infectada, e, só após um período de multiplicação que dura em torno de oito dias, é capaz transmiti-lo para outros seres humanos”, afirma Ana Paula, ressaltando que esses resultados são importantes para descobrir a origem do vírus.

Segundo a pesquisadora Leandra Barcelos Figueiredo, que participou da produção do artigo, a origem do dengue vírus 3 genótipo I deve ser diferente do dengue vírus 3 genótipo III, apesar de ambas terem sido identificadas na América Latina na mesma época. “Além disso, depois que o genótipo I desse vírus foi encontrado aqui no Brasil, surgiram registros de sua incidência na Colômbia e na Guiana Francesa, nessa última, em animais de origem silvestre”, conta Leandra Barcelos.

Para Erna Kroon, além de ajudar a traçar a origem do vírus, a pesquisa pode ser importante para identificar qual tipo de genótipo está circulando com maior frequência, o que pode ser essencial no combate à doença. “Se conseguirmos mostrar que determinado genótipo está sendo o maior causador da doença e que ele é encontrado com mais frequência em determinada região, os esforços de prevenção podem ser mais focalizados e apresentarem maior eficácia a um menor custo”, conclui Erna.

Captura
O trabalho de coleta dos mosquitos infectados pelo vírus dengue contou com uma nova tecnologia: o MI-Vírus. Desenvolvido pela empresa Ecovec em parceria com o Laboratório de Genética Molecular de Patógenos e Parasitas do ICB, o MI-Vírus permite mapear onde o vírus circula em determinada região. A tecnologia integra o sistema MI-Dengue criado pelo professor Álvaro Eduardo Eiras, do Departamento de Parasitologia, para monitorar os focos de dengue por meio da coleta das fêmeas do mosquito.

O pesquisador, que também assina o artigo publicado na EID, explica que, primeiramente, os mosquitos são capturados utilizando uma armadilha chamada MosquiTrap, que é um recipiente pequeno que prende os mosquitos em fitas adesivas, impedindo-os de circular e depositar ovos. Uma vez capturados, os insetos são enviados para o laboratório, onde é identificada a presença ou não do vírus dengue. Dessa forma, é possível traçar um mapa dos locais onde o vírus pode ser encontrado. “Nos lugares onde o MI-Vírus já foi implantado, os dados mostram que aproximadamente 85% dos casos de dengue foram registrados nas áreas onde há circulação de mosquitos infectados. Isso pode ser um grande auxílio no combate focalizado à doença”, afirma Álvaro Eiras. O pesquisador lembra ainda que essa tecnologia de captura dos mosquitos é importante não só para identificar áreas de incidência do vírus, mas também para fornecer material para pesquisas, como essa que deu origem ao artigo.

Artigo: Dengue Virus 3 Genotype I in Aedes aegypti Mosquitoes and Eggs, Brazil, 2005–2006

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