Pesquisadores brasileiros, indianos e britânicos reúnem-se na manhã desta segunda-feira, 28, no campus Pampulha, para discutir os efeitos da desigualdade social sobre o acesso e as condições de saúde nas camadas mais pobres do Brasil e da Índia. O seminário Desigualdades em Saúde no Brasil e na Índia: questões substantivas e metodológicas será realizado no auditório 2 da Faculdade de Ciências Econômicas, e se encerra na manhã desta terça-feira, 29. O evento integra as atividades do projeto trilateral Inequalities in Access to Health Care in Brazil and India: closing the gap for the poorest-poor (Desigualdades no Acesso à Atenção em Saúde no Brasil e Índia: desafios para a inclusão dos mais pobres), financiado pela instituição Economic & Social Research Council (ESRC), do Reino Unido. A intenção é estabelecer e consolidar rede de cooperação acadêmico-científica que pesquisará as desigualdades em saúde nos dois países, com foco nas crianças de um a quatro anos, mulheres no período reprodutivo (15-49 anos) e idosas (60 anos e mais). “Há muitas diferenças em termos de organização dos sistemas de saúde, mas também muitas semelhanças. Em especial no Sul da Índia, onde determinadas práticas e a estrutura de atendimento têm caráter mais hospitalar e são menos voltadas para a prevenção, assim como no Brasil”, comenta o coordenador do seminário, professor André Junqueira, pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais (Cedeplar). Neste primeiro dia, o coordenador geral do projeto, Sabu Padmadas, apresentará o edital Pathfinder, do ESRC, que financia a pesquisa. Em seguida, André Junqueira abordará as desigualdades em saúde no Brasil à luz do projeto Desigualdades no Acesso à Atenção em Saúde no Brasil e Índia: desafios para a inclusão dos mais pobres, e o professor KS James, do Institute for Social and Economic Change, de Bangalore (Índia), apresentará dados referentes ao seu país. Na terça-feira, o evento abordará o tema geral Desigualdade em saúde: fatores e perspectivas. “Queremos ter as visões das outras áreas, principalmente da Saúde Pública e da Ciência Política, em sua subárea de políticas públicas, extremamente importante para entender temas como organização e acesso”, informa Junqueira. Essa sessão contará com três palestras: Saseendran Pallikadavath, da Universidade de Portsmouth (Reino Unido), abordará o tema Desigualdades em saúde materna na Índia: desafios para incorporar os mais pobres; Sandhi Barreto, do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG, vai falar sobre Doenças crônicas, envelhecimento e desigualdade social no Brasil; e Telma Menicucci, do Departamento de Ciência Política, sobre Conceitos e dimensões da desigualdade em saúde na perspectiva das políticas públicas. Na última sessão do seminário, também na manhã do dia 29, a abordagem será essencialmente metodológica. “A proposta é discutir evidências empíricas e métodos a respeito de desigualdade em saúde”, comenta Junqueira. A professora Tiziana Leone, da London School of Economics – Health, discutirá os sistemas de saúde no Brasil e na Índia e seu alcance no atendimento às camadas mais pobres da população. A professora Mônica Viegas, do Departamento de Economia da Face, fará intervenção sobre Desigualdades no financiamento e acesso à saúde no Brasil: algumas evidências empíricas. Por fim, o professor Eduardo Rios Neto, do Departamento de Demografia da Face, discutirá métodos de análise de desigualdade no âmbito da saúde.