O reitor da UFMG, Clélio Campolina, defendeu hoje, em palestra durante no 2º Seminário Estruturador do Plano Metropolitano de Belo Horizonte, que Belo Horizonte esteja preparada para se tornar uma metrópole articulada mundialmente. Por isso, segundo ele, o Plano Metropolitano não deve ser inserido somente em um contexto intra-urbano. “Eu espero que essa iniciativa possa influenciar toda a questão urbana nacional”, pontuou o reitor da UFMG. Campolina destacou, em sua palestra, a importância de se pensar o planejamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) não só em âmbito estadual, mas também nacional e internacional. Segundo Campolina, a população brasileira cresceu de 50 para 190 milhões nos últimos 60 anos e a grande maioria dessa população vive em centros urbanos. “O Brasil passou a ser um país urbano. Temos vinte aglomerações urbanas com mais de um milhão de pessoas em nosso território. Por isso, é preciso pensar em um planejamento metropolitano nacional”, afirma o professor. Segundo ele, esse planejamento seria necessário para que o crescimento do país nos próximos anos não seja desordenado. Uma das alternativas que o professor apontou para pensar na descentralização das grandes metrópoles é a indústria, que possui forte influência sobre o processo de urbanização e também se encontra concentrada nas regiões com alto índice de malha urbana. No caso de Belo Horizonte, uma das maiores dificuldades, segundo o reitor da UFMG, é a aglomeração cada vez maior de pessoas na região. “Precisamos buscar alternativas para reduzir essa centralização nos grandes centros urbanos”, disse. Campolina ressaltou ainda a necessidade de se pensar novas centralidades intra-urbanas em Belo Horizonte para evitar a mobilidade pendular, ou seja, o deslocamento dentro do próprio perímetro urbano para buscar serviços. “Isso evitaria que uma pessoa tenha que se deslocar de uma cidade a outra para buscar atendimento hospitalar ou mesmo fazer compras”, exemplificou. Por fim, Campolina destacou o importante papel das forças políticas na implantação efetiva do Plano. “São os setores políticos os responsáveis pelas decisões que podem garantir o sucesso do Plano Metropolitano. É preciso investir tanto no âmbito operacional quanto no político”, afirmou. O Plano Metropolitano foi lançado em setembro de 2009 e será concluído em novembro deste ano. Coordenado pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da UFMG, conta com uma equipe técnica formada por 140 profissionais, entre professores da Universidade Federal, Puc Minas e Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), além de consultores externos, abrangendo diferentes áreas do conhecimento. Durante o evento, será divulgado o grande arcabouço territorial do Plano e um conjunto de políticas principais e, até novembro deste ano, serão identificados e desenvolvidos políticas, programas e projetos considerados prioritários. Ele explica que o Plano deverá ser um marco inicial de um processo permanente de planejamento, uma referência para se pensar o futuro da Região Metropolitana. Será também “uma bandeira para a eventual mobilização política e das comunidades, para a obtenção de recursos que viabilizem a concretização das propostas”. A abertura do seminário aconteceu às 9h45, com uma rápida intervenção cultural e a exibição de um vídeo que apresentou os principais objetivos do Plano. Em seguida, o secretário de estado de Desenvolvimento Regional e política urbana, Sebastião Navarro, coordenador da mesa de abertura, falou brevemente sobre a criação do Plano Metropolitano e sobre o encerramento das atividades dessa sua primeira fase.