2010 Em Debate discute papel dos partidos na democracia brasileira

A relevância dos partidos para a democracia no Brasil é tratada pela nova edição de 2010 Em Debate, periódico on-line ligado ao Grupo de Pesquisa Opinião Pública, Marketing Político e Comportamrnto Eleitoral. O tema central dos artigos é Que papel irão desempenhar os partidos políticos nas eleições de 2010? Segundo os editores, a análise da atuação dos partidos consiste em importante indicador da ‘saúde’ de um sistema político”.

O professor Carlos Ranulfo, da UFMG, aborda em seu artigo os fatores envolvidos no processo decisório interno dos partidos brasileiros. Segundo ele, a escolha da arena eleitoral (federal, estadual ou municipal) e a possibilidade de formar coalizões definem a estratégia de um partido para se lançar à eleição. Ele destaca ainda a importância que as eleições presidenciais têm tido nos últimos anos para a consolidação de dois blocos político-ideológicos alternativos em nível nacional.

Para Maria do Socorro Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a importância dos partidos reside no seu papel de definidores dos
programas que norteiam as campanhas eleitorais, na gestão da oferta dos
candidatos a cargos políticos, no recrutamento das elites políticas e na distribuição de recursos financeiros e de tempo de propaganda.

O professor da Universidade de Brasília Lucio Rennó afirma, or sua vez, que o Partido dos Trabalhadores exerce certo efeito estruturador na
competição política no Brasil, criando segmentos compostos pelos eleitores que
têm preferência por ele e aqueles que o rejeitam.

Entrevista
Em Debate apresenta também entrevista da professora da Universidade Federal de Goiás Silvana Krause com o deputado federal Eliseu Padilha, do PMDB. Ele aborda a
tentativa de construção de uma nova identidade para o partido, com vistas à disputa pela Presidência. Aponta a falta de democratização social e econômica como entrave para o desenvolvimento do país e do funcionamento do sistema político nacional. Ao avaliar a atuação de seu partido durante o governo Lula, Padilha afirma que a agremiação ocupou espaço periférico, mas que a indicação de Michel Temer como vice de Dilma Roussef dará ao partido maior poder de barganha.

A seção Opinião traz texto de Marcelo Simas e Monique Menezes, pesquisadores da FGV-RJ. O artigo aborda a reforma ocorrida na lei eleitoral no ano passado, que regulamentava a campanha eleitoral na internet. Eles afirmam que a reforma deveria ter sido feita no sentido de aumentar a conexão eleitoral do sistema, através da modificação de variáveis técnicas da fórmula e a regulamentação das campanhas. Nesse sentido, eles elogiam a iniciativa do projeto Ficha Limpa, embora apontem limitações de seus resultados efetivos.