Será hoje, às 15h30, a mesa-redonda sobre o Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG), promovida pela Reunião Anual da SBPC, em Natal (RN). O debate será coordenado por José Antonio Aleixo da Silva, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e representante da SBPC, e terá como participantes Emídio Cantídio de Oliveira, da Capes, Elisangela Lizardo, da Associação Nacional de Pós-graduandos, e Francisco César de Sá Barreto, da UFMG. A previsão é que seja apresentada a estrutura e a história de construção do PNPG, que pela primeira vez será decenal (os cinco anteriores foram quinquenais) e integrará o Plano Nacional de Educação. O conteúdo do documento deverá vir a público apenas em novembro, quando será entregue o texto final à Capes. Composto de doze capítulos, o Plano, além de servir como orientação para políticas do Ministério da Educação no período 2011-2020, baseadas em cenários, desafios, oportunidades e números da situação atual da pós-graduação nele apresentados, deverá ser um dos estudos mais abrangentes realizados sobre esse nível de ensino no país. “Mais do que os outros planos o PNPG 2011-2020 pode ser um documento de estudo para a comunidade universitária brasileira. As pessoas não vão encontrar apenas indicações sobre o que é necessário à pós-graduação brasileira, no aspecto quantitativo”, antecipa Sá Barreto, professor e reitor (1998-2002) da UFMG, que preside a comissão nacional responsável pela elaboração do Plano. Instituída por Portaria Ministerial em fevereiro deste ano, a comissão conta com 17 integrantes de instituições de ensino e de órgãos educacionais de todo o país. O trabalho de coordenação é assessorado por outras duas comissões (conheça mais). A produção dos conteúdos, no entanto, está mobilizando mais de 50 pesquisadores e especialistas brasileiros. “A expectativa é que esse trabalho induza a criação de um setor na Capes para articular os diferentes setores da sociedade, do estado e da comunidade na implementação das ações sugeridas”, observa Sá Barreto. Mudanças “Há, no entanto, características novas no sistema, e por isso será apresentada à Capes a necessidade de atender a tais demandas, porém mantendo o binômio avaliação/financiamento”, diz o professor. Uma dessas novidades que impacta a avaliação é a inter ou multidisciplinaridade dos programas – mais temáticos e menos baseados em disciplinas, como ocorre com os cursos tradicionais. A questão também compõe um dos capítulos do PNPG. “A ideia é que o Conselho Superior da Capes abra outras formas de avaliação dos cursos de pós-graduação, que levem em conta a regionalidade e as áreas de conhecimento”, explica Sá Barreto. Outro tema considerado prioritário pelo professor na gestão da pós-graduação no país será tratado em capítulo sobre recursos humanos para as empresas. Ele avalia que, como o Brasil publica grande número artigo, mas registra poucas patentes, seria necessário equacionar a situação estimulando a formação de mestres e doutores também para as empresas. “Devemos dar ênfase ainda à questão da internacionalização e cooperação na área de pós-graduação”, ressalta Sá Barreto, sobre outro tema de capítulo do PNPG. Ele observa que este é um problema sério para o país. “Analisando os dados vê-se, claramente, que falta ao Brasil divulgar sua produção científica: ele possui volume de publicação, mas é como se fizesse para ele mesmo, ou seja, é autofágico”, diz. O professor alerta que, nesse aspecto, não basta publicar. “São necessárias políticas institucionais de universidades e de governo para internacionalizar a produção, do ponto de vista científico”, defende. Onde está o aluno? “Os estudos sobre o sistema de pós-graduação no país apresentam uma série de projeções, mas não olham de onde vem o aluno. É óbvio que o problema poderá produzir um estrangulamento: mesmo que sejam investidos recursos nos programas, não teremos gente para formar, pois o jovem brasileiro, à medida que se torna adulto deixa de estudar”, explica Sá Barreto. O tema será abordado, de acordo com o professor, em seção a ser acrescentada ao PNPG, intitulada Alinhamento da pós-graduação e melhoria da qualidade da educação básica. Se a questão já parece crítica, um fenômeno demográfico deve tornar mais premente a adoção de políticas para maior investimento na formação de jovens. Trata-se, como observa o professor, do novo perfil demográfico brasileiro – que ganhará também espaço no PNPG. O fenômeno diz respeito ao envelhecimento da população, cuja maioria vai se tornar, já em 2025, ativa economicamente. “É uma janela de oportunidade, pois a força de trabalho do Brasil aparecerá de forma dramática em relação ao resto do mundo”, lembra Francisco César, alertando, no entanto, que o país só será mais competitivo e crescerá rapidamente, nesse contexto, se qualificar seus recursos humanos. “Por esse motivo, a educação e a pós-graduação serão fundamentais nesse processo”, conclui. Conheça a estrutura preliminar, ainda sujeita a alterações, do PNPG 2011-2020: I. Situação Atual da Pós-graduação II. Crescimento / Perspectivas III. Assimetrias IV. Avaliação V. Recursos Humanos para Empresas VI. Multidisciplinaridade VII. Internacionalização e Cooperação Internacional VIII. Financiamento IX.Indução - O papel da Capes X. Programas Nacionais XI. A Pós Graduação no ano 2020 XII. Contribuições da Comunidade
Ele relata que uma das mudanças propostas ao sistema de pós-graduação atinge a avaliação, ainda que considere o modelo em vigor bem sucedido. Atualmente, o financiamento dos programas está associado ao seu desempenho: em função de conceitos obtidos pelo atendimento a série de critérios, eles recebem recursos para custeio e bolsas, por exemplo.
De acordo com a Capes, há atualmente, 170.586 alunos matriculados na pós-graduação no Brasil (mestrado e doutorado). Um aumento de 46,7%, em relação a 2004. Apesar desse histórico, indicadores da Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio (Pnad) apontam risco para o crescimento desse contingente e, consequentemente, para o desenvolvimento científico do país. De acordo com a Pesquisa de 2005, a maioria dos jovens a partir dos 19 anos apenas trabalha. A parcela que continua a estudar, especialmente a que vai cursar graduação e pós-graduação não ultrapassa 2% dessa população.
1.Matrícula, Novos, Evasão, Titulados, Cursos (M,MP,D);
- Grandes Áreas, Áreas.
-Regiões, Estados
2.Bolsas (M,D,IC): Capes, CNPq, Fap’s;
3. Docentes da PG;
4. Internacional: Bolsas, áreas, países;
5.Indicadores: Trabalhos publicados e patentes;
6.Educação Básica: matrículas e concluintes;
7.Graduação:matrículas e concluintes –total e por área
Situação no período 2005-2009
Crescimento: taxas 2005-2009
Novas fontes
- Agrárias
- Água
- Amazônia
- Amazônia Azul
- Biomas : Caatinga,Cerrado e Semiárido
- Cidadania-educação, segurança e violência
- Cultura
- Desenvolvimento Tecnológico e Inovação)
- Educação a Distância
- Energia
- Envelhecimento
- Espaço
- Financiamento da Pós-graduação
- Formação de Professores
- Geopolítica/Defesa
- Importância das FAP’s e SCT’s
- Mata Atlântica
- Meio Ambiente
- Saúde
- Soberania Nacional: Aspectos Geopolíticos e Econômicos
- Tecnologia para o Desenvolvimento Social
(Doze artigos de autores convidados)