Universidade Federal de Minas Gerais

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Arroz enriquecido de ferro é arma eficiente no combate à anemia

quarta-feira, 8 de setembro de 2010, às 8h02

Uma boa saúde depende, em grande parte, de uma boa alimentação. Uma dieta rica em nutrientes é o primeiro passo para o crescimento saudável de uma pessoa. Porém, como se sabe, nem toda a população tem acesso a mesa farta e balanceada e, por isso, a carência de ferro – e, consequentemente, a anemia – é um dos problemas que acometem os indivíduos de baixa renda, principalmente as crianças. Na tentativa de remediar a insuficiência desse mineral, grupo de cientistas coordenado por Mark Anthony Beinner, professor do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG, constatou, após pesquisa realizada entre crianças anêmicas de 6 a 24 meses de idade, a eficácia da ingestão de arroz enriquecido com ferro, pela tecnologia Ultra Rice, no combate à anemia .

Uma das vencedoras da segunda edição do Prêmio Henri Nestlé, a pesquisa lançou mão da comparação de resultados obtidos com o consumo de arroz enriquecido com ferro e com a suplementação do mineral por meio de medicamentos, prática já utilizada no combate à anemia, prevista pelo Programa Nacional de Suplementação de Ferro iniciado em 2004. De acordo com Beinner, não há pesquisas que mostrem sua eficácia no controle e na prevenção da anemia.

Foram acompanhadas, durante cinco meses, 175 crianças com anemia leve ou moderada, das cidades de Vespasiano e Santa Luzia – regiões, segundo o pesquisador, “caracterizadas como de alta densidade populacional, com nível relativamente baixo de poder socioeconômico e consequente prevalência de anemia da população infantil e escolar”.

Os voluntários anêmicos foram divididos em dois grupos e submetidos, no princípio e ao fim da pesquisa, a exames para verificação da taxa de hemoglobina, indicadora de anemia, e da ferritina sérica, que indica nível de ferro no organismo. Em um dos grupos, as crianças eram alimentadas com arroz enriquecido com pirofosfato férrico micronizado e uma solução placebo; no outro elas recebiam suplemento de ferro administrado via oral sob a forma de gotas e arroz convencional.

Adesão total
Os resultados apontam que as quantidades de hemoglobina e de ferritina sérica sofreram mudanças mais significativas no grupo que consumiu o arroz enriquecido. Uma das explicações possíveis para esse melhor desempenho, segundo o professor, é o fato de o arroz ser um alimento comum na dieta brasileira e ter conseguido, por isso, “adesão de consumo em 100% das crianças”.

Já as soluções, tanto o placebo quanto o suplemento, não foram tão eficientes, pois as famílias tiveram dificuldades na incorporação do remédio na rotina alimentar dos pequenos. “O consumo regular do suplemento de ferro em gotas e do placebo se efetivou em menos de 60% das crianças”, indica Mark Beinner.

Além do fator cultural, influiu no sucesso do arroz enriquecido a manutenção de suas condições referentes a textura, sabor e consistência do alimento. Segundo a pesquisa, nenhuma família reprovou o arroz por falta de qualidade ou queixas relacionadas ao gosto do cereal.

Vantagens
O combate à anemia é fundamental, pois ela pode acarretar problemas no desenvolvimento cognitivo, físico e aumento da incidência de infecções em crianças. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU), relativos ao ano 2000, apontam que mais de 3,5 bilhões de pessoas nos países em desenvolvimento, em sua grande maioria mulheres e crianças menores de dois anos, sofriam de anemia.

O estudo demonstra que a utilização da tecnologia Ultra Rice, que culmina na fabricação de grãos artificiais com a utilização da farinha de arroz enriquecida com ferro, é um processo relativamente simples e economicamente viável. O arroz enriquecido, afirma Beinner, terá custo pouco maior que o do arroz convencional, com grandes benefícios. Como destaca o professor, o enriquecimento do arroz pode ser feito de acordo com os interesses dos programas de saúde. “Pode ser feita a variação da dosagem dos nutrientes de acordo com os objetivos, sejam eles preventivos ou de tratamento de carências”, explica. “Falta uma política pública que possa obrigar as indústrias a adotar a tecnologia de incorporar os grãos enriquecidos a arroz comercial, o que já acontece em muitos outros países.

O arroz enriquecido poderá favorecer também os outros integrantes da família, como as crianças pouco mais velhas, eliminando-se necessidade de oferecer a elas alimentos especiais dotados de ferro, sobretudo se elas viverem em locais onde o arroz seja consumido diariamente.

Os pesquisadores planejam efetuar o estudo em escala estadual, incluindo crianças e adolescentes. “Pretendemos realizar estudos em número maior de comunidades no Brasil, com o objetivo de avaliar a eficácia do produto em escolas do ensino básico e secundário”, adianta Mark Beinner.

(Boletim UFMG, edição 1709)

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