Pinturas, vídeos, ilustrações, desenhos, fotografias e esculturas feitas por alunos da graduação estão expostas até 15 de outubro na Biblioteca Central da UFMG, no campus Pampulha. A mostra integra a Bienal Zero, evento promovido em parceria com a Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg) e cuja abertura aconteceu na manhã desta quarta-feira, 14. Os trabalhos apresentados na mostra foram selecionados, segundo Fabrício Fernandino, professor da Escola de Belas-Artes (EBA) e curador da Bienal, por indicações dos professores das instituições de ensino superior envolvidas. Fazem parte do evento 25 obras dos alunos da UFMG, 25 da Uemg e duas de cada universidade convidada (Unicamp, Universidad Nacional de Córdoba/UNC, da Argentina, e Uerj). Ao todo, participam do evento 62 alunos de graduação. De acordo com o curador, a Bienal pretende criar um espaço para que jovens universitários tenham a chance de mostrar sua produção. “Há falta de espaço para a criação dos novos artistas. A figura do salão de arte é ultrapassada e as galerias têm um caráter predominantemente comercial. A Bienal tem, por isso, o objetivo de propiciar a formação desse local”, diz. O próprio nome da mostra, Bienal Zero, revela essa intenção. “Refere-se ao marco zero, ao começo de algo que pretende democratizar a arte e vencer a inércia da produção universitária. Pretendemos dar continuidade em outras bienais, e dar a este evento caráter internacional”, explica. Provocação Ainda hoje às 20h30, será feita a abertura do evento na Escola Guignard, da Uemg.
Chris Okamoto
A abertura contou também com performance realizada pela aluna do Instituto de Arte, da Uerj, Luana Aguiar. A artista sentou-se à frente da Biblioteca Central segurando placa “Se me atirares um ovo, gozarei em silêncio” e, disponibilizou para os que por ali passavam cesta cheia de ovos. Para Luana, essa manifestação artística é forma de questionar “até que ponto o artista pode se expor ao ridículo e colocar seu corpo no limite entre o físico e o moral. Além de perceber se as pessoas me ajudam a alcançar o gozo, mesmo que para isso tenham que ser cruéis”. Segundo ela, sua arte se relaciona à Bienal Zero por ser provocativa e resultar de uma formação acadêmica ampla e diversa.