Começa hoje, às 8h, no auditório 2001 da Faculdade de Letras, o III Colóquio do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade (Neia). Com o tema Falas do outro: literatura e expressões da alteridade, o evento reúne até amanhã pesquisadores, escritores e músicos para debater o papel da literatura na promoção da diversidade. A primeira atividade do Colóquio é o minicurso Literatura afro-brasileira no contexto da Lei 10.639. Tal legislação, promulgada em 2003, determina que a cultura e a história negra sejam estudadas e valorizadas em sala de aula. O curso também será oferecido no período noturno, a partir de 18h. Já as mesas-redondas reunirão especialistas para debater a obra de escritores como Carolina Maria de Jesus, autora de O quarto de despejo, um clássico da literatura brasileira sob o ponto de vista da subalternidade, e Clarice Lispector, por meio da mesa-redonda Clarice entre cartas, crianças e bichos. A relação entre rap e literatura será tema da mesa-redonda da Literatura periférica ao rap – novos autores, novos enredos?, com participação da professora Ingrid Hapke, da Universidade de Hamburgo. As atividades do dia serão encerradas às 20h, com a mesa-redonda e lançamento do livro Um tigre na floresta de signos, organizado por Edimilson de Almeida Pereira. O evento prossegue na terça-feira com reflexões sobre a obra de Machado de Assis e sobre a representação do negro na poesia e na prosa. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site, onde também estão disponíveis a programação do evento e o resumo das comunicações a serem apresentadas. Responsável pela organização do evento, o Neia reúne professores e estudantes de graduação e pós-graduação a fim de refletir sobre as questões ligadas à literatura como expressão da alteridade. A partir do núcleo surgiram grupos de discussão, projetos de pesquisa, dissertações e teses, além de cursos, artigos, livros e o site Literafro.