UFMG e instituto indiano investigam privacidade em rede social e cadastram voluntários

Pesquisa liderada pelo Brasil e pela Índia está recebendo adesão de voluntários para medir a percepção de privacidade e o grau de exposição nas redes sociais da internet. A investigação terá o Facebook como estudo de caso. Com mais de 500 milhões de usuários em todo o mundo, essa rede chega a compartilhar, mensalmente, pelo menos 30 bilhões de objetos, entre fotos, vídeos e links.

“As redes se tornaram parte do cotidiano moderno, sendo comum encontrar na mídia, a cada dia, episódios em que a reputação de uma pessoa é colocada em xeque pelo uso inapropriado dos sites de compartilhamento de conteúdo como Orkut, Facebook ou YouTube”, diz Gustavo Rauber, aluno de mestrado em Ciência da Computação da UFMG participante do projeto.

O estudo integra convênio de pesquisa indo-brasileiro do Ministério da Ciência e Tecnologia, executado por meio de parceria entre o Departamento de Ciência da Computação da UFMG e o Indraprastha Institute of Information Technology (III-T), de Nova Delhi. Os trabalhos têm a coordenação dos professores Virgílio Almeida (UFMG) e Ponnurangam Kumaraguru (III-T).

A investigação também deverá extrair conhecimento sobre as diferenças culturais entre brasileiros e indianos no que se refere a percepção de privacidade e segurança da informação. Situada em região de conflito em fronteiras, a Índia é confrontada de modo mais dramático com provável trânsito de informações ligadas a ações terroristas pela internet. No Brasil, a experiência de privacidade e segurança nas redes encontra contexto diferente.

A pesquisa receberá adesão de voluntários até o final de novembro. Podem participar usuários do Facebook. Informações sobre o procedimento de adesão encontram-se no site do projeto (http://www.theprivacystudy.org/policy/index_pt.html). O usuário que preferir pode instalar diretamente o aplicativo para o Facebook por meio do link http://www.facebook.com/apps/application.php?id=144781782200917.

“O aplicativo exibe de forma resumida como todo o conteúdo do usuário encontra-se exposto no Facebook: se apenas os amigos podem ver suas fotos, vídeos ou links ou se os amigos de amigos ou todos os que se encontram inscritos na rede social”, explica Gustavo Rauber. Ele observa que o software coleta essas informações para poder traçar o perfil típico do usuário, se brasileiro, indiano ou de outra nacionalidade.

Sorteio
A participação na pesquisa inclui termo de adesão digital, que se encontra integrado na interface do Facebook. “O usuário deve aceitá-lo antes de instalar o aplicativo”, antecipa Rauber. O termo, no entanto, também pode ser acessado diretamente no endereço http://www.theprivacystudy.org/policy/index_pt.html.

“Vale ressaltar que nenhum dado pessoal coletado será publicado, busca-se apenas a obtenção de estatísticas de uso do site”, assegura o mestrando.

A título de incentivo, o projeto deverá sortear entre os participantes um iPod Touch IV de 32 Gbytes e cinco exemplares do jogo Starcraft II para PC/MAC. “Além disso, quanto mais amigos do Facebook de uma pessoa participarem do estudo, maiores serão as chances dela no sorteio”, diz Rauber.

(Boletim UFMG, edição 1712)