A extensão é, segundo o professor Flávio de Freitas Mattos, coordenador do Centro de Extensão (Cenex) da Odontologia, “o componente do tripé de sustentação da universidade – ensino, pesquisa e extensão – que promove impacto na comunidade”. É ela também quem permite ao aluno formação com viés mais humano, vinculando teoria e prática, adequação do aprendido com o atendimento das necessidades sociais. Em entrevista a este portal, o professor Flávio, além de destacar a importância de ações desse tipo, destacou as peculiaridades que ela adquire na Odontologia. Qual a importância da extensão para a formação do aluno? Como se distribuem as atividades na Faculdade de Odontologia? Qual a situação da extensão na Odontologia, em números?
A extensão é uma prática fundamental. Ela é um dos braços da universidade que proporcionam o contato direto da instituição com a sociedade. Se de um lado temos na graduação uma estrutura rígida em que o aluno é o foco, no projeto de extensão, o enfoque muda e passa a ser o público externo. O aluno precisa se adequar a essa nova realidade e aprender a aplicar tudo o que foi aprendido. No caso da Odontologia, o aluno pode usufruir dessa oportunidade desde o primeiro semestre. Os projetos são pensados para atenderem aos estudantes de todos os períodos.
A divisão consiste em atendimentos clínicos e ações de promoção da saúde realizadas na instituição e também fora dela. O atendimento interno compreende tanto a atenção básica, que pode ser chamada de clínica geral da odontologia, quanto atendimento especializado, como o tratamento de traumatismos dentários, ortodontia etc. O externo envolve as mesmas atividades e conta com parcerias feitas pela Faculdade com outras instituições. Exemplo disso é o projeto Sorriso no Campo, realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que promove atendimentos odontológicos nas regiões do Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Podem ser citadas ainda as colaborações com a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio do programa Escolas Saudáveis, que atende alunos de escolas públicas da regional Pampulha.
Temos, ao todo, 32 projetos – 24 internos e 8 externos. Estes se distribuem em atendimento e promoção da saúde. Quando digo promoção da saúde me refiro à educação a respeito da saúde bucal e de forma mais ampla. Essas atividades mobilizam 339 alunos e atendem, anualmente, aproximadamente 16.800 pacientes. A extensão é uma prática consolidada na Faculdade, e prova disso é a clínica de traumatismos dentários, o projeto mais antigo, iniciado em 1986.