Dedicado à divulgação de iniciativas e movimentos para a democratização do conhecimento, aconteceu nesta quinta-feira, 21, o dia da Cultura Livre. Promovido pelo grupo Texto Livre, o evento apresentou, na Faculdade de Letras, palestras, debates e um espetáculo de dança. De acordo com Ana Cristina Fricke Matte, professora do Departamento de Letras e coordenadora do Texto Livre, o Dia da Cultura Livre existe desde 2009 e esta foi sua terceira edição. “O dia foi criado para divulgar a cultura livre dentro da universidade. Antes ela era trabalhada apenas dentro da sala de aula, mas começamos a perceber que existe, entre os alunos, um desconhecimento muito grande e até mesmo preconceito em relação ao software livre”. Além de estandes apresentados pelos alunos participantes do projeto, foram convidados o grupo de robótica livre da UFBA e a Fundação Amaritas do Rio Grande do Sul. Demanda especial Desde 2005, o Texto Livre já desenvolve softwares educacionais para web e de coleta de dados para pesquisa. Dentro da Universidade, a importância da ampliação do uso do software livre é, segundo Ana Cristina, a disseminação do usuário consciente, que participa dos processos de produção do conhecimento e aprende a valorizar o papel do profissional responsável pela criação. “É ele quem faz o mundo que está aqui, não é o mundo que chega a ele. Nós trabalhamos essa ideia na graduação e é isso que nós pretendemos implantar no futuro”, afirma. Diferentemente do que supõe o senso comum, as licenças livres não são terras sem lei. Elas são produzidas de maneira a proteger as autorias. “As pessoas confundem produtos livres com domínio público, sem dono, sem autor. As licenças livres permitem modificações na obra, mas exigem que seja citada a fonte”, esclarece a professora. Repercussão Para o também aluno do 4º período de Letras da UFMG, Rodrigo Araújo, a área mais interessante foi a de robótica livre. “O uso atual da robótica coloca os alunos como receptores, e aqui as oficinas propõem que as pessoas participem do processo, o que é muito interessante”, explica. Outro ponto interessante que os alunos destacaram foi a oportunidade de conhecer melhor as tecnologias já incorporadas às suas vidas acadêmicas, como a plataforma Moodle e o ensino de línguas on-line. Conheça mais sobre o movimento e o grupo Texto Livre no site http://www.textolivre.org.
“Os softwares livres trabalham com senso colaborativo, compartilhamento de conhecimento e respeito à individualidade. As pessoas utilizam produtos livres para satisfazer uma necessidade especial e específica. Assim, a pequena parcela da sociedade que não é atendida pelos critérios da Microsoft, por exemplo, pode criar e modificar os programas de acordo com as próprias necessidades”, explica Ana Cristina.
A aluna do 4º período do curso de Letras da UFMG, Bruna Pinto, considerou muito importante aprender sobre o sistema, uma vez que estuda para se tornar professora. “Eu acho difícil aprender libras on-line e aqui eles me explicaram o fundamento e o objetivo do curso”, afirmou.