Uma rápida consulta pela manhã ao site da UFMG pode evitar que os usuários do campus Pampulha estacionem ou trafeguem em zonas passíveis de alagamentos no período chuvoso. O sistema de alerta, que começou a vigorar esta semana, será atualizado entre 8 e 9 horas da manhã e publicado na área superior do site nos dias em que houver probabilidade de precipitação pluviométrica de 50 milímetros por hora ou mais. Os dados que dão base ao modelo hidrológico adotado serão fornecidos diariamente pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). As duas previsões serão consolidadas e analisadas pelo Departamento de Gestão Ambiental da Pró-reitoria de Administração. Ao apresentar o sistema de alerta à imprensa, na manhã desta sexta-feira, 14, o pró-reitor de Administração, professor Márcio Baptista, comentou que o campus convive com um problema localizado de alagamentos, na avenida Mendes Pimentel, e uma zona de menor risco, próxima à avenida Antônio Carlos, onde funciona setor de serviços da Universidade. “Procuramos desenvolver esse sistema para prevenir a comunidade, que será avisada, pela página da Universidade na internet, sobre o perigo de enchentes. Com isso, tentaremos diminuir os riscos, ao evitar que as pessoas circulem pelas regiões afetadas”, comenta Baptista, que é professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da Escola de Engenharia. Detenção “Quanto maior a bacia, maior a capacidade de amortecimento das cheias, mas a que construímos no campus não é tão grande a ponto de solucionar definitivamente o problema”, alerta o pró-reitor. Por isso, em caso de chuvas intensas e prolongadas, enchentes poderão ocorrer novamente. O problema, como afirma Baptista, é agudo e não pode ser resolvido simplesmente pela construção de um reservatório. “O projeto de canalização dos rios da bacia Engenho Nogueira é antigo, com trechos implantados ainda na década de 1950. Naquela época não se esperava que, sobre a bacia, surgissem tantas edificações, como um shopping”, diz. Desde a canalização, o número de estabelecimentos e residências aumentou consideravelmente, tornando o solo menos permeável, o que força a água da chuva a correr para os rios. “A dificuldade que temos hoje é resultado de um crescimento que ocorreu sem o devido planejamento”, afirma o professor, lembrando que a canalização feita na época, com capacidade de dez metros cúbicos por segundo, já não comporta mais o volume que corre por ela durante as chuvas. Resultado: a água transborda pelos bueiros. A bacia de detenção é parte de projeto de intervenção no córrego Engenho Nogueira, orçado em R$ 15,8 milhões, e que integra o Programa de Recuperação Ambiental do Município de Belo Horizonte (Drenurbs), da Prefeitura, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). (Com assessoria de imprensa da UFMG)
Márcio Baptista explica que as enchentes no campus são decorrentes da passagem subterrânea do córrego Engenho Nogueira, hoje canalizado. Em dezembro passado foi concluída a obra da bacia de detenção, que funciona como reservatório que armazena temporariamente quantidade significativa de água durante as chuvas e impede que ela corra em direção ao córrego Engenho Nogueira, controlando assim sua vazão. Depois do término da chuva, esse reservatório vai lentamente se esvaziando, sem provocar grandes alterações no fluxo normal do rio.