Universidade Federal de Minas Gerais

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O homem da câmera de filmar, de Dziga Vertov

Centro Cultural dá sequência a mostra de filmes sobre revoluções

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011, às 7h17

Esta semana, a mostra Cinema e Revolução, promovida pelo Centro Cultural UFMG, exibe O fim de São Petersburgo, de V. Pudovkin, e O homem da câmera de filmar, de Dziga Vertov. A curadoria é do professor João Antônio de Paula, pró-reitor de Extensão da Universidade. A sessões acontecem na terça e na quinta-feira, às 19h, com entrada franca. A mostra segue até 24 de fevereiro.

Segundo o curador, a palavra “revolução” no título faz referência tanto a filmes que abordam revoluções, quanto a filmes que, além de ter esses eventos como tema, são eles mesmos revolucionários com relação à linguagem cinematográfica.

O professor João Antônio ressalta que pode ser questionável o conceito de revolução que norteou a escolha dos filmes. “Sabemos o quanto certas revoluções, movidas por genuína motivação emancipatória, degeneram em opressão, manipulação e alienação. De todo modo, não se deve subestimar a extraordinária mobilização de criatividade presente nas revoluções que, sobretudo, são decisivas apostas na capacidade da humanidade de se autorrealizar em liberdade e igualdade”, ele explica.

Os filmes foram agrupados em três blocos: o primeiro reuniu A Marselhesa, de Renoir, sobre a Revolução Francesa; Queimada, de Gillo Pontecorvo, que evoca a revolução dos escravos no Haiti, no final do século 18 e início do 19; e Os companheiros, de Mário Monicelli, clássico sobre as lutas operárias europeias do final do século 19 e início do 20.

O segundo bloco foi aberto, no dia 10, com O encouraçado Potemkin, de Eisenstein, que registra episódio da Revolução Russa de 1905; e segue com O fim de São Petersburgo, de Pudovkin, sobre a Revolução Russa de 1917, e O homem da câmera de filmar, de Dziga Vertov, "extraordinária e inovadora experiência de cinema documental", nas palavras do curador.

Finalmente, o terceiro bloco terá dois filmes brasileiros: Deus e o diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha, e Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, que para João Antônio de Paula são “decisivos representantes do cinema que, no Brasil, foi revolucionário pela forma e pelo conteúdo”.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-1091. Conheça a programação e as sinopses dos filmes que ainda serão exibidos na mostra:

Terça, 15 – O fim de São Petersburgo (Konets Sankt-Peterburga), de V. Pudovkin, 1927
80 minutos – Rússia
Com Vera Baranovskaya, Aleksandr Chistyakov, Ivan Chuvelyov, Aleksei Davor e outros

Um camponês vai para São Petersburgo à procura de trabalho. Sem intenção, ele acaba ajudando na prisão de um antigo amigo de seu vilarejo natal, que agora é líder sindical. Mais tarde, o camponês também é preso e enviado para lutar na Primeira Guerra Mundial. Quando retorna, três anos depois, está pronto para participar da revolução.

(www.adorocinema.com.br)


Quinta, 17 – O homem da câmera de filmar(Chelovek s Kinoapparatom), de Dziga Vertov, 1929
80 minutos – Rússia

Cinegrafista viaja documentando a União Soviética do começo do século 20, mostrando cenas urbanas, do cotidiano e da intimidade de seus cidadãos.

(www.melhoresfilmes.com.br)


Terça, 22 – Deus e o diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha, 1964
125 minutos – Brasil
Com Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle, Geraldo Del Rey, Milton Roda e outros

Manuel (Geraldo Del Rey) é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes (Milton Roda) e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa (Yoná Magalhães). O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Porém, ao presenciar a morte de uma criança, Rosa mata o beato. Simultaneamente, Antônio das Mortes (Maurício do Valle), matador de aluguel a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.

(www.adorocinema.com.br)


Quinta, 24 – Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, 1964-1984
119 minutos – Brasil

Filme semidocumental sobre a vida de João Pedro Teixeira, líder camponês paraibano assassinado em 1962. A produção foi interrompida em 1964 e retomada 17 anos depois com novos depoimentos de camponeses que trabalharam na primeira filmagem e de outros personagens importantes.

(www.melhoresfilmes.com.br)