Relacionar os seres vivos, sua organização em ecossistemas e biomas, seus espaços de vida e ocupação, e a disposição desses espaços na paisagem é o foco da oficina Uma encruzilhada de biomas: Geografia da biodiversidade mineira, que integra a programação do Festival de Verão UFMG 2011. A oficina vai promover excursão ao Parque Nacional da Serra do Cipó. De acordo com o professor, especialista em geografia física e análise ambiental, as excursões são comuns no curso de Geografia do IGC, onde leciona, o que lhe deu experiência para coordenar o projeto no Festival de Verão. Ele contará com a ajuda de um guia para o trajeto na Serra do Cipó. No ano passado os participantes tinham média de 20 anos de idade. Mas ele destaca que não há limite de idade. “Eles precisam de disposição para caminhar”, brinca Bernardo Gontijo. Ele lembra que os participantes da oficina devem vestir calçados e roupas confortáveis, apropriados para caminhadas e acampamento. Os interessados também devem levar lanterna, máquina fotográfica digital (pode ser utilizada em dupla), pen drive, barraca, colchonete, alimentação para dois dias no campo, material de primeiros socorros e proteção contra sol e chuva. Os biomas de Minas Bernardo Gontijo salienta que o ser humano precisa se adequar ao que o bioma oferece, enquanto modifica o ecossistema com sua ocupação, de acordo com suas necessidades socioeconômicas. A derrubada da mata atlântica visa, por exemplo, na maior parte das vezes, ao plantio de café ou pastagem. “Já o cerrado ficou preservado até os anos 1960, quando os agricultores passaram a corrigir a acidez do solo e desmatar os campos a fim de utilizá-los para a agricultura”, explica o professor, doutor em meio ambiente e desenvolvimento. Já a caatinga, concentrada no Norte de Minas, não fará parte do roteiro por razões geográficas. Segundo Gontijo, esse bioma mineiro foi pouco explorado em função do rigor do clima. “Só é possível praticar a agricultura naquele ambiente seco se houver irrigação artificial, cujo custo é elevado, e ainda assim os agricultores ficam à mercê da irregularidade das chuvas”, explica. Geografia da biodiversidade mineira: uma encruzilhada de biomas
“A proposta é demonstrar a riqueza da biodiversidade em Minas. Iniciaremos com apresentação teórica, utilizando mapas e fotos, entre outros materiais. Depois visitaremos três dos quatro biomas do território mineiro. Faremos uma travessia na Serra do Cipó, partindo do cerrado, passando pelos campos de altitude para, então, chegar à mata atlântica”, explica o coordenador da atividade, professor Bernardo Machado Gontijo. Os participantes fotografarão os locais percorridos, no Parque Nacional da Serra do Cipó, e prepararão apresentação sobre o tema.
Bernardo Gontijo explica que o bioma com maior prevalência em Minas Gerais é o cerrado, encontrado no Centro, Norte e Oeste do estado; a mata atlântica aparece no Leste e Sul do estado, com uma ilha de cerrado no meio. “Os dois biomas estão bastante alterados”, afirma Gontijo. Os campos de altitude, por sua vez, estão presentes em locais como a cadeia do Espinhaço e a Serra da Mantiqueira.
Vagas: 20
Carga horária: 30 horas-aula
Período: 5 a 8 de março
Público-alvo: estudantes, professores e interessados em geral, com ensino médio completo e preparo físico para caminhadas.
Horários e locais:
dia 5, das 8h às 12h, Faculdade de Ciências Econômicas (Face)
dia 6, às 7h, saída da Face para a Serra do Cipó
dia 7, às 19h, retorno
dia 8, das 14h às 18h, Face
Inscrições: a partir de 21 de fevereiro, no site www.ufmg.br/festivaldeverao
Preço: R$ 20