O produtor de leite deve buscar alternativas para amenizar o efeito das altas temperaturas sobre os animais durante os meses mais quentes do ano, pois esse fator pode interferir na produtividade do rebanho. A conclusão consta em estudo conduzido pela zootecnista Bárbara Cardoso da Mata e Silva, em dissertação de mestrado defendida este mês no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, campus de Montes Claros. A pesquisa foi realizada com o objetivo de verificar se animais da raça Holandesa, puras por cruzamento, eram adaptados às condições climáticas do Norte de Minas Gerais, uma vez que eles são provenientes de áreas de clima temperado, enquanto a região Norte de Minas Gerais registra altas temperaturas ao longo do ano. Os estudos ocorreram na Fazenda Experimental do ICA, em duas fases – uma nos meses de julho e agosto, época de temperaturas mais amenas na região, e outra em outubro e novembro, período mais quente. Foram utilizadas 12 vacas da raça Holandesa puras por cruzamento e em lactação, predominantemente negras. Comparados os resultados, foi identificada pequena queda de produção nos meses mais quentes. Na dissertação, Bárbara sugere que os produtores de leite devem se preocupar em proporcionar ambientes com sombra para os animais em tempo de calor. A metodologia utilizada levou em conta parâmetros fisiológicos como temperatura corporal, frequência respiratória e temperatura da superfície do pelame, assim como quantidade e comprimento de pelos e espessura do pelame, durante as duas fases estudadas. Outro parâmetro para análise foi o comportamento dos animais: o tempo em que eles permaneciam se alimentando, ruminando ou em ócio, quando não realizavam nenhum esforço. A pesquisa de Bárbara Cardoso também verificou quanto tempo o rebanho bovino era exposto ao sol e à sombra, e em que tipo de local eles permaneciam durante o dia, se era na instalação onde se localizava o cocho, na pastagem ou embaixo de árvores. Na sombra A analise do pelame das vacas Holandesas pequisadas indica boa adequação às condições ambientais da região, facilitando a dissipação de calor, pois os resultados revelaram pequena quantidade de pelos na comparação com outros trabalhos envolvendo animais da mesma raça, além de pequeno comprimento e pequena espessura. A dissertação conclui que os animais da raça Holandesa puros por cruza, de pelame negro, que nasceram na região Norte de Minas possuem adaptação às condições climáticas da região que facilita a dissipação de calor.
Durante a fase de temperatura mais alta, os parâmetros fisiológicos se mostraram mais elevados do que na fase de temperatura mais amena. Mas, segundo a autora, eles permaneceram dentro da normalidade. Sobre o comportamento, foi observado que os animais ficavam a maior parte do tempo à sombra, principalmente na época mais quente do ano.