Todos os recursos obtidos por meio de licenciamentos e transferência de tecnologias criadas pela UFMG serão investidos em projetos de fomento à pesquisa e à inovação. A informação é do professor Ado Jório, diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT). Segundo ele, os cerca de R$ 200 mil que serão arrecadados este ano se dividirão entre duas iniciativas: os programas Recém-Doutor e o de Incentivo à Inovação (PII). "Procuramos privilegiar os dois extremos do processo de produção científica e tecnológica. No caso do recém-doutor, há o fomento da pesquisa. Já o PII auxilia os profissionais a transformar sua inovação em produto", explica o professor, ao justificar a escolha dos dois programas. Ele destaca que esse procedimento cumpre dispositivos da Lei de Inovação Tecnológica (10.973/04) e da Resolução 08/98, do Conselho Universitário. Esta última determina que a verba obtida pela UFMG por meio de royalties e transferência de tecnologia seja dividida igualmente entre os inventores, as unidades acadêmicas às quais estão vinculados e a Administração Central. Competitividade A atual edição do recém-doutor, cujas inscrições encerraram-se em novembro de 2010, recebeu a solicitação de 203 interessados; 134 foram selecionados. Entre os projetos escolhidos, será dividida a quantia de R$ 402 mil – R$300 mil provenientes do orçamento da PRPq e R$ 102 mil dos royalties da CTIT. Como contrapartida ao incentivo, o recém-doutor terá que cumprir algumas exigências: uma delas é submeter propostas de financiamento de projetos junto a agências de fomento, como Fapemig e CNPq. Já o Programa de Incentivo à Inovação, resultado de parceria da UFMG com a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), incentiva o pesquisador a transformar sua inovação em produto. O programa é composto por duas etapas. “Na primeira, realizamos um estudo de viabilidade tecnológica, comercial, econômica e de impactos ambientais e sociais dos projetos selecionados”, afirma o professor Pedro Vidigal, vice-diretor da CTIT, ao lembrar que “esse estudo já é uma grande ajuda na busca de financiamento”. Na segunda etapa, são definidos os melhores projetos. “Eles ganham um plano de negócio, plano tecnológico e recursos para a elaboração do protótipo do produto”, informa Vidigal. A edição de 2011, a segunda a ser realizada e ainda sem previsão de lançamento de edital, já conta com os R$ 100 mil concedidos pela CTIT. “Estamos em processo de negociação com os outros parceiros, por isso não se sabe qual será a contrapartida”, diz.
"O reinvestimento de recursos oriundos de tecnologias será permanente", diz Jório, que espera que a destinação cresça nos próximos anos. "A UFMG tem um arcabouço tecnológico muito bom", justifica.
Segundo a professora Marisa Mancini, diretora de Fomento à Pesquisa da PRPq, o Programa Recém-Doutor tem o objetivo de criar condições para que o jovem pesquisador seja competitivo na busca de recursos junto às instituições de fomento. Para isso, é destinada ao contemplado uma quantia a ser gasta com a pesquisa, seja na compra de materiais permanentes ou de consumo. “Normalmente, grupos de pesquisa mais consolidados na universidade levam vantagem quando seus projetos buscam financiamentos. O programa visa oferecer instrumentos para que esses recém-doutores iniciem sua vida acadêmica”, aponta.
De acordo com Vidigal, na primeira edição foram selecionados dez projetos. Dois deles se transformaram em empresa, uma delas incubada na Inova, e outros dois estão em processo de criação dos empreendimentos.