Universidade Federal de Minas Gerais

Revista Leite Integral
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Nivaldo da Silva fala sobre os 250 anos da medicina veterinária

terça-feira, 3 de maio de 2011, às 7h27

No ano de 2011 a medicina veterinária comemora 250 anos de ensino em todo o mundo, e para comemorar a data estão sendo realizados vários simpósios pelo mundo com o objetivo de difundir a importância do médico veterinário para o futuro. A abertura das atividades ocorreu no dia 23 de fevereiro, em Paris, e mais ações estão previstas em 58 países durante todo o ano. No total, serão 154 eventos. O principal foco é apresentar a importância do médico veterinário para a saúde animal, a sanidade do homem e a sustentabilidade do planeta: quanto melhor for a prática da profissão, maior será o controle das zoonoses, dos animais domésticos e dos animais de caráter venatório.

Em entrevista, o professor da Escola de Veterinária da UFMG e presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MG), Nivaldo da Silva, analisa o estágio de reconhecimento da profissão e o desenvolvimento do ensino da medicina veterinária desde a sua regulamentação.

Como conciliar os procedimentos médicos veterinários e as ideias de grupos protetores de animais?
Inicialmente, devo dizer que os procedimentos adotados pelos médicos veterinários seguem todos os preceitos preconizados para o bem estar animal. Afinal, entre as missões dos veterinários está a prevenção, tratamento e cura das doenças dos animais. Ao cuidar de um animal doente, estamos protegendo não só este animal, mas também a própria população, evitando que doenças como as zoonoses possam ser transmitidas ao homem. Isto é algo muito significativo, como também é a atuação profissional nas áreas da saúde pública, na segurança alimentar e na produção animal, entre outras. O que os grupos de proteção aos animais questionam não são os procedimentos dos profissionais que cuidam dos animais, mas sim as questões de maus tratos praticados pelos entes da sociedade, sejam eles públicos ou não.

Até onde é possível integrar ambas as "políticas", tendo em vista que muitas vezes são a causa de vários empecilhos na medicina veterinária?
Não existem empecilhos, especificamente à atividade da medicina veterinária. Existem alguns casos pontuais e esporádicos nos quais alguns grupos de proteção questionam o uso de animais em experimentação, ou em atividades de ensino, nos quais é necessária a utilização de animais. A forma do uso animal nestes casos é previsto em lei, e se os procedimentos forem seguidos pelas instituições de ensino e pesquisa, não existe problema algum. Evidente que no caso da produção intensiva de animais, existem algumas divergências, que acreditamos que são fáceis de serem contornadas, desde que aja bom senso, pois afinal de contas, o homem necessita utilizar de seus animais para alimentação e trabalho.

Como o senhor avalia a conscientização dos médicos veterinários a respeito da importância da profissão para as políticas públicas de saúde?
A medicina veterinária é uma das profissões reconhecidas para atuar na saúde pública. Lutamos agora para a inclusão dos médicos veterinários no Núcleo de Atenção a Saúde Familiar (Nasf) e já temos este reconhecimento por parte do próprio Ministério da Saúde, só falta publicar na Portaria. Participamos do Conselho Nacional de Saúde, em Minas Gerais, do Conselho Estadual de Saúde e de diversos conselhos municipais. Estes órgãos são os responsáveis pela gestão da saúde pública nas três esferas do poder executivo. Temos grande número de colegas atuando em saúde pública, inclusive em cargos de direção, fato que demonstra a capacidade de nossos profissionais e o reconhecimento das autoridades sanitárias deste país. Apesar disso, sentimos a falta de maior formação nesta área profissional.

O que ainda é preciso transformar?
Melhorar a formação dos graduandos em medicina veterinária em saúde pública, fato que é constantemente discutido nas reuniões das comissões de saúde pública dos conselhos regionais e federal, conforme estabelecem as diretrizes curriculares. Esta é, também, uma observação que é feita, inclusive, pelas autoridades sanitárias, pois todos hoje reconhecem a importância do médico veterinário em saúde pública.

E como ocorre essa troca de serviços entre médicos veterinários e a saúde pública?
Pela atuação dos profissionais na vigilância sanitária, nos centros de controle de zoonoses, nos programas de controle de doenças (em todas as esferas do poder executivo), na segurança alimentar, na inspeção de produtos de origem animal, entre outras várias ações.

Como o sr. avalia, nos dia de hoje, a profissão?
Segundo dados do CFMV (Conselho Federal de medicina veterinária), temos aproximadamente mais de 65 mil veterinários em atuação neste país, sendo que 80% atuam na iniciativa privada e os outros 20% em órgãos do governo (federal, estaduais e municipais). Portanto, a nossa profissão está socializada, reconhecida e valorizada pela sociedade. Isto se deu graças ao empenho e trabalho dos colegas, que desde a regulamentação da profissão em 1968, mostraram a sua competência e o quanto somos importantes para o desenvolvimento do país.

Como está o mercado para os recém-formados?
Em Minas Gerais temos, em atividade, aproximadamente nove mil profissionais atuando nas mais diversas áreas da profissão e quase duas dezenas de instituições de ensino da medicina veterinária. Isto significa que o mercado está cada vez mais competitivo e onde a competência profissional deve prevalecer. Aqueles que tiveram boa formação acadêmica, realizaram bons estágios, empenharam-se em aprender, certamente não terão dificuldades em encontrar-se no mercado de trabalho. O estado é muito grande e as oportunidades estão aí, pois o país continua crescendo e necessitando de nossos serviços profissionais. Muitas vezes os colegas encontram dificuldades por causa do tipo de atividade que escolhem para atuar e não porque o mercado não tem capacidade para contratá-lo.

E depois desses 250 anos de ensino no mundo, como o senhor. avalia o reconhecimento da profissão, hoje?
Tenho 38 anos de formado. Assim posso falar muito deste período. Houve uma evidente transformação, pela maior aceitação e reconhecimento de nossa profissão. Existe uma maior valorização - que começou dentro de nós mesmos, ao buscarmos desempenhar melhor nossas atividades, ao buscarmos o aprimoramento profissional, atualizando e utilizando mais tecnologia em nossas ações. Neste ponto vale acentuar a atuação de nosso conselho regional de medicina veterinária. Investimos em campanhas de marketing profissional, para nos apresentar mais à sociedade, e, pesadamente, em educação continuada, além de acentuarmos a fiscalização do exercício profissional, para mostrar aos colegas a necessidade de bem servir à sociedade, sociedade esta que demanda nossos serviços e que, em troca, nos reconhece e valoriza, não só profissionalmente, mas como pessoas importantes para ela.

(Assessoria de Comunicação da Escola de Veterinária)

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