Universidade Federal de Minas Gerais

Adolescentes de BH apresentam alto desempenho no domínio de técnicas de ressuscitação destinadas a evitar morte súbita, constata dissertação

quinta-feira, 9 de junho de 2011, às 7h18

A morte súbita cardíaca, conhecida como morte por “parada cardíaca”, é elevada em todo mundo. A única forma de socorrer as vítimas de arritmias – responsáveis por esse tipo de evento – é por meio da manobra de ressuscitação cardiopulmonar.

Conhecida como RCP, a técnica inclui massagem cardíaca (compressões torácicas), com aplicação de respiração boca a boca e desfibrilação precoces. No entanto, o número de pessoas que conhecem essas técnicas ainda é baixo.

Para alterar esse quadro, o cardiologista Yorghos Lage Michalaros aposta na eficácia do ensino dessas técnicas para crianças e adolescentes. Pensando assim, ele desenvolveu, em sua dissertação de mestrado, pesquisa em que avaliou a capacidade de execução das técnicas por um grupo de 215 adolescentes, com idades a partir de 11 anos, selecionados em escolas públicas de Belo Horizonte.

Os jovens foram submetidos a um curso com duração entre uma hora e meia e duas horas. A média de desempenho dos estudantes chegou a 80% na avaliação aplicada em seguida a um curso rápido. Com base neste e outros resultados Yorghos Michalaros defende que a escola fundamental passe a ensinar essas técnicas a seus alunos como forma eficaz de salvar vidas.

“O curso não atrapalha o calendário escolar e é rápido”, afirma o autor, que sugere a inclusão do ensino da técnica a partir do 4º ano do ensino fundamental. “Ao final do ensino médio esses alunos terão plena condição de realizar o atendimento de urgência”.

Prova
O método usado inclui a distribuição de apostila com informações sobre a RCP. Além disso, os jovens assistiram a aula teórica e prática.

No treinamento foram usados recursos audiovisuais e manequins de simulação conectados a um software que avalia a simulação do atendimento realizado pelos alunos.

A avaliação foi feita por três provas teóricas e uma prática. Uma após a leitura da apostila. A segunda depois da aula, seguida de prova prática. E a última, teórica, feita entre três e seis meses mais tarde.

Os estudantes foram agrupados segundo idade, e seu desempenho comparado ao de um grupo controle, composto por jovens da mesma faixa etária de cada grupo analisado, que fizeram a prova teórica sem receber nenhum tipo de treinamento.

Nas primeiras provas a média das notas foi superior a 80%. No último teste o desempenho caiu, mas ainda foi superior a 75%. Segundo o pesquisador isso confirma que os jovens conseguem assimilar o conteúdo e retê-lo mesmo após alguns meses sem contato com o assunto.

SERVIÇO
Título: Avaliação da capacidade de aprendizado e retenção de conhecimento do ensino da ressuscitação cardiopulmonar para adolescentes em fase escolar: um estudo prospectivo com intervenção
Nível: Mestrado
Autor: Yorghos Lage Michalaros
Banca Examinadora:Profa.Maria da Consolação Vieira (Orientadora)
Prof. Eugênio Marcos Andrade Goulart
Profª. Maria do Carmo Barros de Melo
Programa: Saúde do Adulto
Defesa: 15 de setembro de 2010

(Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina)