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Desde 31 de julho a web hospeda um novo blog que traz uma ideia simples, mas em falta no ambiente online: resolver dúvidas do público sobre o uso de medicamentos, a partir da colaboração de especialistas e preservando éticas profissionais. De imediato, ao lançar a página, o seu mentor, o recém-formado em Farmácia pela UFMG Luiz Felipe Stehling, sentiu o impacto da proposta, com o acesso de 400 pessoas ao endereço www.phresponde.com. Dez dias depois, esse número saltaria para 2,7 mil, mostrando algumas surpresas, como o percentual de 2% dos clicks feitos a partir dos Estados Unidos. [Compartilhe e comente aqui essa notícia] Não foram apenas esses números que cresceram. Junto, o serviço, batizado de Pergunte ao Farmacêutico, viu aumentar o que era essencial e sua maior aposta para fazer frente à valorização do farmacêutico num mercado carente de informação de qualidade: a adesão do público, com o recebimento regular de novas perguntas, além do interesse de profissionais da área em integrar a equipe de consultores do blog. "Estamos recebendo muitos currículos de outros farmacêuticos", relata Luciana de Melo, também recém-formada pela Faculdade de Farmácia e uma das integrantes do projeto. Nessa etapa inicial, o serviço conta com grupo de 11 profissionais especializados, entre eles farmacêutico, farmacêutico industrial - cosméticos e medicamentos - e farmacêutico bioquímico de análises clínicas e de alimentos. São eles que recebem as perguntas, desenvolvem o texto-resposta, o revisam e postam no blog. "O consultor responsável pela publicação avisa ao internauta que a resposta está no site", explica Luiz Felipe Stehling. De modo geral, as respostas são finalizadas com a indicação de bibliografia consultada e o alerta para que o indivíduo procure o seu farmacêutico. "Queremos incentivar as pessoas a conversarem com o profissional para receberem a orientação adequada sobre o uso dos medicamentos", reforça Stehling. Além do balcão O serviço não representa desregulamentação profissional, pois não prescreve medicamentos nem substitui especialistas. Basta visitar o blog e ler algumas das respostas para compreender que uma de suas qualidades é abrir conjunto de informações para o usuário, no aspecto mais educativo, em linguagem acessível e sem confrontar regulamentações. "Cabe ao médico procedimentos como diagnóstico, anamnese e outras intervenções para identificação clínica do problema apresentado pelo paciente", esclarece Stehling, sobre o compromisso do serviço no reconhecimento às competências profissionais. "Mas, sem dúvidas, o farmacêutico é aquele que possui maior formação sobre o mecanismo de ação do remédio, a interferência que produzirá no organismo, seus efeitos adversos e interações com alimentos", completa. Para Stehling, a promoção da saúde exige, na realidade, ação conjunta desses especialistas. Lacuna Além desse aspecto, Luciana de Melo lembra que, até o momento, o público conta com poucos serviços de informação em sites de indústrias, drogarias, conselhos profissionais e Anvisa. Afora esses espaços, a web nem sempre apresenta confiabilidade desejada na resolução das dúvidas dos usuários. E esse nariz? No rol dos problemas levantados pelo público, há dúvidas como "E agora, a pílula do dia seguinte funciona?"; "Posso trocar um creme de uso ginecológico por um de uso tópico?"; "E esse meu nariz entupido que não sara?"; "Antibióticos podem interferir na ação de anticoncepcionais?" ou "O que realmente é bom para tosse?". Pergunte ao Farmacêutico está também nas redes sociais: www.facebook.com/phresponde e @PhResponde. Dúvidas devem ser enviadas ao e-mail pergunte.farmaceutico@gmail.com.
Ampliar a visão sobre a atividade do farmacêutico para além do balcão, reforçando sua atuação na promoção da saúde foi o motor que inicialmente moveu os ex-alunos da UFMG a se dedicarem ao projeto. Mais conhecido como o profissional responsável pelo setor técnico das drogarias, o farmacêutico domina, na vida real, outros campos de conhecimento. Nessas atividades, nem sempre é fácil ao público ter acesso a ele. Não por acaso, o blog gestado na UFMG explora esse aspecto, colocando o farmacêutico online à disposição para resolver dúvidas em medicamentos, mas também em cosméticos, exames bioquímicos e alimentos.
No dia a dia, Luiz Felipe Stehling observa que o público ainda sofre com a ausência de orientação sobre o uso de medicamentos. "Por experiência, sabemos que nem sempre, por exemplo, as pessoas sabem utilizar uma bobinha para asma. E isso é prejudicial a elas", diz. Segundo ele, uma simples orientação do farmacêutico, presente nas drogarias, reduziria danos, mas nem sempre o paciente possui essa informação. Com o serviço na web, Stehling acredita que o público terá um incentivo a mais para procurar o profissional nesses estabelecimentos.
No blog, as perguntas enviadas pelo público são variadas e partem não apenas de leigos, mas também de outros profissionais e de pessoas que desejam abrir empreendimento na área. "Não deixamos de responder, ainda que nosso foco sejam questões farmacológicas", observa Luciana de Melo.