Empresa incubada na UFMG recorre à mineração de dados para alavancar comércio ‘inteligente’ na web

Compreender computacionalmente o comportamento de milhões de internautas para recomendar ações mais eficazes no comércio eletrônico apresenta crescentes desafios para grupos econômicos. Para fazer frente ao problema, a OmniLogic, empresa incubada em 2009 na Inova UFMG, desenvolveu software capaz de alavancar negócios, recorrendo à técnica de mineração de dados – recurso computacional responsável por produzir informações relevantes a partir do cruzamento de grandes volumes de dados disponíveis na web. Por meio desse processamento, o sistema recomenda produtos, propagandas e conteúdos diversos para os usuários, ancorado no comportamento deles no ambiente virtual.

De acordo com o diretor executivo da OmniLogic, Sinval Nascimento (na foto de Foca Lisboa), a empresa atua em duas áreas, por meio dos softwares OmniAds e o OmniRec. O primeiro é especializado na otimização de peças publicitárias na internet. “O OmniAds identifica as opções de anúncios, analisa o perfil de requisições do consumidor e direciona a peça publicitária que terá maior possibilidade de conversão, clique e cadastro a ser preenchido pelo usuário.” O OmniRec, por sua vez, trabalha recomendando produtos e conteúdos em lojas virtuais e portais de notícias. “Como um volume grande de dados é processado de forma automática, as recomendações são extraídas e informadas pela ferramenta”, explica o empresário.

A empresa incubada na Inova UFMG atua em parceria com uma rede de anúncios, (Advestising Network – Ad Network), que une comerciantes e publishers, em busca de remuneração por seus espaços de publicidade. Sinval Nascimento explica que para uma Ad network funcionar ela utiliza o software Ad Server, que precisa do auxilio do sistema da OmniLogic para efetuar suas atividades. “Nosso sistema atua na inteligência, processa um volume enorme de dados, de cerca de dois bilhões de requisições por mês, o que equivale a terabytes de dados sobre análise de padrões de navegação e dos espaços mais adequados para cada propaganda. Isso o ser humano não consegue analisar”, explica.

No mercado
“O que nos motivou a desenvolver o software foi a experiência que tivemos na Universidade”, comenta Sinval, se referindo à graduação realizada na Escola de Engenharia da UFMG. Ele observa, no entanto, que há diferenças entre a pesquisa no ambiente acadêmico e no mercado. “Quando se está no mercado, em uma empresa, a cobrança é mais agressiva do que na academia, e ficamos focados no resultado. Pesquisamos em busca de aplicações práticas que darão retorno”, esclarece.

O diretor executivo da OmniLogic observa que a incubação auxilia uma empresa de diversas formas, como contar com espaço físico para realização das atividades e possibilidade de participar de editais do governo. A empresa conta atualmente com sete funcionários e três sócios, divididos nas áreas de inteligência tecnológica computacional, desenvolvimento, design de produto e negócios.

A OmniLogic concluiu o processo de incubação em maio deste ano.

Saiba mais: www.omnilogic.com.br.