O diretor de pesquisas da École de Hautes Études em Sciences Sociales (Paris), Fançois Hartog, ministra hoje, no campus Pampulha, a conferência A longa marcha da temporalização do tempo. O evento, que integra o programa Cátedras Ieat/Fundep, acontecerá às 14h, no auditório Sônia Viegas, na Fafich. Historiografia, regimes de historicidade e formas históricas da temporalização são os principais interesses de pesquisa de Hartog. O estudioso publicou diversas obras, entre as quais Memória de Ulisses: Narrativas sobre a fronteira na Grécia Antiga; O espelho de Heródoto: Ensaio sobre a representação do outro e O século XIX e a História: o caso Fustel de Coulanges. No evento de segunda-feira, o pesquisador pretende discutir o que chama de “história do tempo”. As Cátedras Ieat/Fundep visam favorecer o intercâmbio, em diferentes segmentos da pesquisa, entre os titulares indicados (pesquisadores de renome no cenário mundial) e grupos de pesquisadores da UFMG. Sua particularidade, dentro da proposta do Ieat, é aliar temas considerados de ponta, em âmbito internacional, a abordagens inovadoras com potencial transdisciplinar. Confira a sinopse da conferência: A Longa Marcha da Temporalização do Tempo O que entender por temporalização do tempo? Quaisquer que sejam as formas de contabilizá-lo, o tempo nunca cessou de passar, conduzindo todo ser vivo de sua aparição ao seu desaparecimento. Ao longo do tempo, variaram os modos com os quais os grupos humanos lidaram com o tempo e fabricaram o tempo, e múltiplas foram as maneiras de escrutá-lo (examiná-lo), de controlá-lo, de mobilizá-lo de suspendê-lo ou de suprimi-lo ou, pelo menos, pretender fazê-lo. Entramos aí propriamente em uma história do tempo. É toda essa gama de operações sobre o tempo que eu denomino de longa marcha da temporalização do tempo, desde logo com a seguinte precisão: a marcha não foi nem linear nem tendeu, em conjunto, a um fim único, que teria sido o tempo da Europa ou do Ocidente sustentado pelo conceito moderno de História.