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Com apenas um clique, o estudante acessa biografias de figuras emblemáticas dos chamados “anos de chumbo”. Filmes, músicas e fotografias formam pequenos fragmentos de uma memória que o Projeto República, da UFMG, se empenha para evitar que se apague. Trata-se do projeto Direito à Memória, Direito à Verdade, materializado em CD-ROM que percorre a trajetória e mimetiza a memória de 395 brasileiros que morreram ou desapareceram durante o período do regime militar (1964-1985). O projeto foi apresentado pela professora Heloísa Starling, da Fafich e coordenadora do Projeto República, durante sua participação na mesa-redonda Tempos Sombrios, atração desta terça-feira, dia 11, do Festival de História (Fhist) que está sendo realizado em Diamantina. Ela dividiu a mesa com professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Marieta de Moraes Ferreira, com mediação do professor Rodrigo Patto Sá Motta, do Departamento de História da Fafich. “É um material que traz a ambiência dos anos 1960 e 1970, muito rico culturalmente e atraente. Lança mão de uma narrativa acessível a uma pessoa que não conhece essa história e que vai acabar ficando interessada em saber mais sobre o período. Funciona como uma isca para despertar a curiosidade, o desejo”, afirma a professora Heloísa Starling. Busca Ao todo, o arquivo traz 10,5 mil imagens, 4,8 mil canções, 500 volumes bibliográficos e mais de 300 filmes. Segundo Heloísa Starling, o projeto tem dois objetivos: “apresentar uma narrativa histórica com linguagem da música, do cinema, das imagens, para um grande público não especializado, e fazer uma reflexão acadêmica sobre a possibilidade de se construir narrativas historiográficas com esses recursos”, detalha a historiadora. De acordo com a professora da Fafich, o Ministério da Educação deverá distribuir 15 mil exemplares do CD para as escolas federais no início do ano que vem. Os pesquisadores envolvidos no projeto também já estão trabalhando na criação de versão para a internet que deve ficar pronta no segundo semestre de 2012. O trabalho é fruto de parceria entre o Projeto República da UFMG, Secretaria de Direitos Humanos e o Ministério da Educação. (Rádio UFMG Educativa)
Cada um dos 395 personagens aciona um conjunto diferente de imagens. A busca pode ser feita de várias formas. Por exemplo, por meio de um índice com o nome dos personagens; pela data, com a ajuda de uma linha do tempo; ou por uma categoria – se eram advogados, se participaram das Lutas Camponesas ou pertenceram à Ação Libertadora Nacional.
O Fhist termina nesta quarta-feira, em Diamantina, com a conferência Viver a história, às 10h, ministrada pelo historiador Fernando Novaes e mediada pelo pró-reitor de planejamento da UFMG João Antônio de Paula.