Trocar experiências e discutir estratégias para que a produção de conhecimento traga retorno à sociedade. Essa é a tarefa dos representantes de reconhecidas instituições e especialistas na área de propriedade intelectual, convidados para o ciclo de debates A Legislação Patentária e o Futuro da Inovação no Brasil. Hoje à tarde, o diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG, Ado Jório, participa de uma mesa-redonda do evento na Universidade de Campinas, cujo tema será O olhar dos produtores de pesquisa e desenvolvimento. Professor titular do Departamento de Física da UFMG, Ado Jório está há um ano e dois meses à frente da CTIT. Segundo ele, embora o Brasil já tenha avançado muito em termos de pesquisa, o país encontra-se em um momento no qual é preciso estabelecer diretrizes para que o conhecimento científico se converta em produtos para a sociedade. “Desde a década de 70 passamos de uma produção científica próxima de zero para 3% da produção mundial”, revela. “Entretanto, ainda somos responsáveis por um número muito aquém de nosso potencial quando o assunto é transferência de tecnologia para o mercado”. Para transformar essa realidade, é necessário um esforço do governo, das empresas e dos produtores de ciência e tecnologia que, juntos, formam a chamada “tripla hélice”: os pesquisadores produzem o conhecimento, que será comercializado pelas empresas em um processo regulamentado pelo governo. Núcleos de gestão De acordo com a lei de inovação de 2005, toda instituição de ciência e tecnologia deve ter um núcleo de inovação tecnológica (NIT) responsável pela gestão da inovação na universidade. Propriedade intelectual, transferência de tecnologia e formação de empresas são algumas das questões concernentes ao NITs. No caso da UFMG, a CTIT já era responsável por esse trabalho desde 1996, quando foi criada – no mesmo ano de promulgação da lei de patentes. “Universidades pioneiras como USP, UFMG, Unicamp e UFRJ já tinham órgãos como esse desde muito antes da exigência legal”, avalia o diretor.
Na mesa-redonda de hoje haverá seis debatedores, três dos quais são diretores de NITs: Maria Aparecida de Souza (USP), Pedro Carvalho (Unicamp) e Ado Jório. Para ele, o convite demonstra a inserção da UFMG na liderança de inovação no Brasil.