Projeto oferece soluções para professores evitarem problemas vocais

Entre os profissionais que utilizam a voz como ferramenta de trabalho, os professores são aqueles que sofrem mais com problemas vocais. Para combater esse mal, a estudante de Fonoaudiologia Priscila Campos Martins elaborou, sob a orientação da professora Letícia Caldas Teixeira, uma cartilha contendo orientações sobre cuidados com voz, direcionadas a professores. O trabalho – “Material didático-pedagógico para prática de promoção da saúde vocal em professores” – foi apresentado ontem na forma de pôster durante as exposições do UFMG Conhecimento e Cultura.

“Muitos professores se aposentam por causa de problemas de saúde vocal”, conta a estudante, relacionando o fato à falta de conhecimento e prática dos cuidados vocais. De acordo com a cartilha produzida com base em mais de 30 fontes bibliográficas, hábitos como pigarrear, falar alto, fumar, ingerir bebidas alcoólicas e até mesmo usar roupa apertada enquanto são exigidos esforços das cordas vocais são fatores que prejudicam a saúde da voz.

As dicas de Priscila Campos para superar a poluição sonora das salas de aula sem comprometer a voz vão desde a organização das carteiras dentro de sala de aula em formato de meia-lua até a utilização de um pano úmido para diminuir a poeira produzida pelo giz em contato com o quadro-negro. Todavia, de acordo com a estudante, a melhor solução para preservar a voz é o uso de um microfone pelos professores durante as aulas.

A cartilha servirá como base para a produção de um material digital interativo. O CD “Cuidados vocais para professores” está em processo de produção. De acordo com Priscila Campos, a previsão é que o material passe a ser utilizado a partir do ano que vem, no ambulatório da Faculdade de Fonoaudiologia da UFMG localizado no Hospital das Clínicas, e também em sessões de tratamento tradicional e palestras. Além disso, há a possibilidade de o conteúdo ser adaptado para a internet, tendo em vista seu potencial de interatividade e a boa receptividade por parte dos professores que já tiveram contato com a cartilha.