O arqueólogo francês e professor da UFMG André Prous é o próximo convidado do Café com Conhecimento, onde dará palestra sobre As culturas pré-cabralinas do Brasil. No encontro, Prous vai falar sobre características dos povos antigos que viviam no país, a maneira como se adaptavam ao meio ambiente, os sistemas sociais e econômicos e suas formas de comunicação. A palestra será sábado, 3 de dezembro, às 11h, no California Coffee, que fica no andar térreo do Espaço TIM UFMG do Conhecimento, na Praça da Liberdade. A entrada é franca. Na década de 70 o arqueólogo desembarcou em terras mineiras para fazer pesquisas e participou de descobertas importantes, como a missão franco-brasileira de Lagoa Santa, que encontrou o fóssil humano mais antigo das Américas, batizado de Luzia. No final de 1975, criou o Setor de Arqueologia do Museu de História Natural da UFMG, onde atualmente é professor titular. O professor também vai abordar as descobertas feitas em Minas Gerais, entre elas as gravuras rupestres do sítio de Montalvânia, cujas réplicas integram a exposição Demasiado Humano, instalada no museu. “Tudo é importante quando se descobrem vestígios que nos permitem conhecer sociedades que não dispõem de registros escritos”, explica. Como exemplo, ele cita as escavações realizadas na região de Lagoa Santa e na Serra do Cipó, em que foram descobertas evidências de populações antigas bem diferentes daquelas dos povos indígenas contemporâneos, e também as informações levantadas sobre alimentação e artes gráficas pré-históricas a partir das pesquisas efetuadas no Vale do Rio Peruaçu. O professor destaca que ainda existe muito a ser descoberto em Minas, como evidenciam pesquisas recentes realizadas em zonas pouco exploradas próximas às cidades de Diamantina e Montes Claros. Prous também alerta para o problema da depredação dos registros existentes no estado. “É essencial reforçar os meios de fiscalização por parte dos órgãos de defesa do patrimônio. Mas também é preciso existir uma educação patrimonial, principalmente nas escolas”, afirma.