Universidade Federal de Minas Gerais

Rochel Lago reflete sobre os caminhos da transferência de tecnologia produzida na universidade

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011, às 7h38


Augusto Lacerda
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Que tal aprender sobre as imbricações entre pesquisa, inovação e empreendedorismo por meio de uma leitura que mistura ficção, autobiografia e quadros elaborados com fins didáticos? A proposta é do professor Rochel Montero Lago, do Departamento de Química do ICEx, que acaba de lançar As cartas de Tsuji (Editora UFMG).

Escrito em colaboração com Lilian Pereira Campos, professora da Universidade Federal de Itajubá, e Euler Santos, mestre em inovação tecnológica e sócio de Rochel na Verti Ecotecnologias, o livro conta a trajetória do personagem João, pesquisador que tem nas mãos sete cartas de um mentor japonês com as recomendações para tornar-se um empreendedor.

Destinado a estudantes de graduação, pós e professores-pesquisadores das áreas de ciências naturais, engenharias, farmácia, veterinária, administração e economia, As cartas de Tsuji discorre sobre temas como propriedade intelectual, estudos de mercado, perfil empreendedor, plano de negócio, captação de recursos e importância de network. “Queremos estimular a comunidade acadêmica a investir na transferência para o mercado do conhecimento produzido na universidade”, resume Rochel Lago, que foi coordenador da Inova-UFMG entre 2006 e 2007, e tem no currículo participação no registro de mais de 20 patentes.

Cada uma das sete cartas lacradas mostrará a João uma parte do caminho de sua saga de empreendedor. Tsuji Sensei, o responsável pelas informações, foi um engenheiro eletrônico japonês que passou a infância em um mosteiro zen budista – a filosofia aparece na história em diferentes momentos – e mais tarde seguiu para o Vale do Silício para desenvolver semicondutores e o computador pessoal, vivendo o auge da disputa intelectual e comercial que opôs Estados Unidos e Japão. Ele e João se encontram quando Tsuji é convidado a abrir uma empresa no Brasil.

João, por sua vez, é filho da união entre um português dono de padaria – empreendedor sem conhecimento científico que questiona o filho sobre a utilidade das pesquisas – e uma filha de imigrantes alemães, mais refinada. No processo de transformação dos resultados dos seus estudos, ele tem a companhia de uma aluna de pós-graduação, Cristina, e outro de graduação, Carlos.

A caracterização desses personagens exemplifica a preocupação de Rochel Lago com a construção da ficção. “Carlos enfrenta dilemas religiosos, problemas financeiros e familiares, e está desmotivado. Cristina está abandonando a acomodação de um longo namoro e resolve experimentar a liberdade em diversos aspectos. Sua aptidão para os negócios soma-se à prática do montanhismo, e ela terá grande importância na abertura da empresa”, conta o autor. “Ambos têm características que encontro, de forma geral, em meus alunos.”

‘Quem vai ler?’

A história do pesquisador-empreendedor-romancista começou há seis anos no Canadá, onde Rochel Lago fazia pós-doutorado em Empreendedorismo Tecnológico. Convidado a escrever um artigo de 30 páginas sobre o tema, ele optou, a princípio, pelo formato tradicional, “quadrado”, mas logo se perguntou: “Quem vai ler esse texto?” Suspeitou que não interessaria a ninguém, e mudou o rumo da prosa. Criou uma pequena história com o passo a passo da criação de uma empresa de base tecnológica. Ainda naquela época, ampliou o material e chegou ao que estima em 40% do livro recém-lançado. “Voltei para o Brasil, assumi a Inova e não mexi mais no assunto. Só no ano passado retomei a história”, conta Rochel. Como não conseguia conciliar a invenção do romance com a pesquisa para a composição dos quadros informativos, ele teve a ideia de convidar Lilian Campos e Euler Santos.

O livro não é linear “nem no tempo, nem no espaço”. Essa é uma das estratégias do autor para prender o leitor. Estreante como autor de ficção, Rochel Lago diz que só sentiu certo conforto nessa incursão inicial porque domina inteiramente o assunto. “Os personagens foram construídos com cuidado, assim como diversas situações, mas a história também tomou rumos inesperados”, ele revela, admitindo que o livro tem muito de autobiográfico.

Mais que reconhecimento como ficcionista, ele pretende contribuir para mudar a cultura da universidade no Brasil. “Professores e alunos têm papel fundamental na transferência de conhecimento para a sociedade, mas ainda não há consciência disso”, alerta.

Segundo o professor Louis Jacques Filion, da Hautes Études Commerciales, de Montreal, no Canadá, a obra mostra o empreendedor tecnológico de uma perspectiva pouco conhecida – a humana. “Essa forma de apresentar os questionamentos (...) e a evolução de uma pessoa que se engaja em atividades de inovação (...) ajudam a entender certos aspectos sobre a formação da alma empreendedora”, escreve Filion na apresentação de As cartas de Tsuji.

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