Universidade Federal de Minas Gerais

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Maria Firmina, Bruno de Menezes e Carolina de Jesus: faces da cultura local

Portal da Literatura Afro-Brasileira é esforço contra apagamento de importante produção cultural do país

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011, às 7h13

Um portal dedicado a resgatar a produção literária de brasileiros afrodescendentes se abriga mineiramente na web da UFMG. Sem muito alarde, o site é uma das poucas experiências acadêmicas online que oferecem informações de autores e de uma vertente de produção literária que, historicamente, nem sempre obtiveram espaço na cultura nacional.

A iniciativa tem lastro. Em sua origem, encontra-se o Projeto Integrado de Pesquisa Afrodescendências: raça/etnia na Cultura Brasileira, financiado pelo CNPq, que, originalmente reuniu 54 professores de 32 Universidades nacionais e estrangeiras. Uma das propostas do grupo consistiu em desenvolver o portal que abrigasse de modo mais amplo possível informações e análises sobre a produção literária dos afrodescendentes no país.

Denominado Literafro, o espaço virtual foi viabilizado com o suporte do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade (Neia), da Faculdade de Letras da UFMG. O grupo abriga pesquisadores, professores e alunos de graduação e pós da PUC Minas e da própria UFMG. O esforço deles pode ser conferido no endereço www.letras.ufmg.br/literafro, em que estão disponíveis 20 artigos e o sumo do projeto: o mapeamento da produção de 112 autores afro-brasileiros de diversos períodos da história.

A consulta é simples, basta selecionar um autor no menu onde consta o índice de nomes. A página sobre eles contém links informando dados biográficos, crítica, bibliografia, fontes de consulta e links a eles relacionados, como blogs e textos da própria lavra. O volume e qualidade de informações resultantes mostram ao leitor comum quão pouco é posta em circulação essa literatura – e sua história e personagens - no país.

“Desde o período colonial, ela se faz presente em praticamente todos os momentos relevantes de nossas letras, mas sem obter o mesmo reconhecimento conferido às obras produzidas pela elite branca. Por exemplo: uma consulta, por ligeira que seja, aos manuais de História da Literatura Brasileira evidencia a ausência de nomes como os de Maria Firmina dos Reis, primeira descendente de escravos a publicar um romance no Brasil, Úrsula (São Luiz- MA, 1859); ou de Bruno de Menezes, poeta negro autor de uma produção vanguardista na década de 1920 e, praticamente, o introdutor do modernismo na região amazônica; ou ainda de Carolina Maria de Jesus, cujo memorialismo e poesia só recentemente começaram a obter um relativo reconhecimento por parte da crítica”, relatam os organizadores na apresentação do projeto no Portal.

O site Literafro é a segunda etapa do Projeto Integrado de Pesquisa Afrodescendências. Em seu primeiro momento, o grupo publicou o volume Poéticas Afro-brasileiras, organizado pelas professoras Maria Nazareth Soares Fonseca e Maria do Carmo Lana Figueiredo,, além de ter dado início a dois produtos: o Dossiê da Literatura Afro-brasileira e a Antologia Crítica da Literatura Afro-brasileira.

Maria Firmina: um perfil

Conheça a biografia, colhida no Portal Literafro, de Maria Firmina dos Reis, uma das pioneiras da literatura feminina no país:

Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luiz do Maranhão, em 11 de Outubro de 1825, sendo registrada como filha de João Pedro Esteves e Leonor Felipe dos Reis. Menina bastarda e mulata vivendo num contexto de extrema segregação racial e social, aos cinco anos teve
que se mudar para a vila de São José de Guimarães, no município de Viamão, situado no continente e separado da capital pela baía de São Marcos. O acolhimento na casa da tia materna teria sido crucial para a sua formação (Mott, 1988).

Consta ainda ter obtido ajuda do escritor e gramático Sotero dos Reis, primo por parte de mãe, “a
quem deve sua cultura, como afirma em diversos poemas” (Lobo, 1988). Formou-se professora e exerceu, por muitos anos, o magistério, chegando a receber o título de Mestra Régia. Em 1847, com vinte e dois anos, Firmina vence concurso público para a Cadeira de Instrução Primária
na cidade de Guimarães-MA, conforme registra Nascimento Morais Filho (1975). E, ainda segundo este autor, ao se aposentar, no início da década de 1880, funda, na localidade de Maçarico-MA, a primeira escola mista e gratuita do Estado e do País.

O feito causou grande repercussão na época e por isso foi a professora obrigada a suspender as aulas depois de dois anos e meio. A escritora foi presença constante na imprensa local, publicando poesia, ficção, crônicas e até enigmas e charadas. Segundo Zahidé Muzart (2000: 264), “Maria Firmina dos Reis colaborou assiduamente com vários jornais literários, tais como Verdadeira Marmota, Semanário Maranhense, O Domingo, O País, Pacotilha, Federalista e
outros”. Teve participação relevante como cidadã e intelectual ao longo dos noventa e dois anos de uma vida dedicada a ler, escrever e ensinar.

Atuou como folclorista, na recolha e preservação de textos da literatura oral e também como
compositora, sendo responsável, inclusive, pela composição de um hino para a abolição da escravatura. E, o mais importante, traz a público dois romances: Gupeva, em 1861, de temática indianista, e Úrsula, em 1859, no qual aborda a escravidão a partir do ponto de vista do outro. Maria Firmina dos Reis faleceu em 1917, pobre e cega no município de Guimarães.

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