A chegada das férias coloca em alerta a equipe do BH TRM (Trauma Raquimedular), projeto de extensão da Faculdade de Medicina da UFMG, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, que acompanha vítimas de fratura da coluna, com ou sem lesão da medula. “Nesta época do ano, é esperado um número maior de fraturas da coluna vertebral devido ao aumento de acidentes automobilísticos e, com o início do verão, um maior número de fraturas decorrentes de acidentes por mergulho em águas rasas”, afirma um dos coordenadores do projeto, o professor Aluízio Arantes, do departamento de Cirurgia. Somados, os acidentes de trânsito — carro (29%), moto (16%) e atropelamentos (6%) — correspondem a mais da metade dos casos de trauma na coluna atendidos. Isoladamente, as quedas constituem a principal causa (32%), seguidas dos atos de violência provocados por armas de fogo (11%). Já o mergulho em águas rasas está associado a 3% dos acidentes, mesmo percentual de outras causas diversas. As lesões mais graves podem resultar em perda total dos movimentos e da sensibilidade, com repercussões sociais e econômicas relacionadas à incapacidade física. O primeiro atendimento da vítima por equipe treinada, garantindo o transporte adequado e, posteriormente, a decisão sobre submeter ou não o paciente à cirurgia, podem ser determinantes para minimizar tais sequelas. Equipe Desde o início das atividades, em abril de 2011, já são 117 pacientes assistidos, incluindo os que permanecem hospitalizados e aqueles que já receberam alta. “Mantemos contato por telefone e fazemos visitas, caso seja necessário, para auxiliar o paciente em sua recuperação”, explica. Os pacientes recebem orientações médicas sobre a utilização das sondas, prevenção de escaras (feridas provenientes de pressão local permanente) e informações básicas sobre fisioterapia, na fase de reabilitação. Prevenção (Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina)
O projeto é realizado no Hospital das Clínicas da UFMG e nos hospitais João XXIII, Odilon Behrens, Maria Amélia Lins e Risoleta Neves. Duas enfermeiras, dois neurocirurgiões, um ortopedista e um fisioterapeuta, além dos estagiários, atuam junto aos pacientes desde a entrada no pronto-atendimento até a alta. “Desta forma, agilizamos o atendimento e garantimos o acompanhamento especializado e de qualidade”, explica Aluízio Arantes.
A ideia é iniciar um trabalho de prevenção paralelamente aos atendimentos. “Em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde e com a direção do Hospital João XXIII, pretendemos ir a escolas e até às vias públicas”, adianta o professor. As principais medidas preventivas que serão divulgadas são evitar entrar e mergulhar de cabeça em rios ou lagos desconhecidos, além de jamais misturar álcool e direção.