O papel das mulheres na preservação do judaísmo no mundo português durante os séculos de monopólio religioso católico será abordado em seminário na próxima sexta-feira, 23, na Faculdade de Letras (Fale). O tema será apresentado pelo professor Angelo Adriano Faria de Assis, da Universidade Federal de Viçosa. Com o título As rabinas da Bahia: Inquisição e resistência no mundo ibérico e colonial, o evento é promovido pelo Núcleo de Estudos sobre Crimes, Pecados e Monstruosidades (CPM) e pelo Núcleo de Estudos Judaicos (NEJ), ambos da UFMG. De acordo com Ângelo Faria de Assis, os suspeitos de praticar em segredo o judaísmo – denominados, por isso, de criptojudeus – foram as principais vítimas da Inquisição portuguesa. “Muitas dessas mulheres foram acusadas, e algumas processadas e condenadas à fogueira”, conta o professor da UFV. “É o caso da família Antunes, que vivia no Recôncavo da Bahia em fins do século 16 e que foi insistentemente denunciada ao Santo Ofício. A matriarca, Ana Rodrigues, de mais de 80 anos, foi presa, enviada para Lisboa e condenada, assim como algumas filhas e netas.” O seminário, aberto ao público, terá início às 14h, no auditório 1007 da Fale.
Ele vai abordar a atuação das mulheres que praticavam às escondidas os costumes dos antepassados judeus, ensinando às novas gerações o culto à fé de Israel.