A atividade, promovida pelo Grupo de Pesquisa História Política, Culturas Políticas na História, será realizada na sala 3023 da Fafich. Recém-aprovada em concurso para professor adjunto do departamento de História da UFMG, Miriam Hermeto conta que o Grupo, que gravitava em torno do Teatro Casa Grande, instalado no bairro Leblon, não possuía caráter institucionalizado. “Não há consenso sobre sua composição nem registro formal de suas ações”, explica a historiadora, que desenvolve estudo de pós-doutorado sobre o tema. Viés frentista Entre os seus expoentes destacavam-se figuras de proa do cenário artístico-cultural da época, como Antonio Callado, Bete Mendes, Chico Buarque, Darwin Brandão, Guguta Brandão, Mary Ventura, Max Haus, Moysés Ajhaenblat, Nelma Salles, Paulo Pontes e Zuenir Ventura. O Grupo se notabilizou, principalmente, pela organização, entre 1975 e 1979, dos ciclos de debates que discutiam temas como cultura brasileira, criação artística e dependência, conjuntura nacional, democracia e pluralismo. Esses encontros chegaram a reunir cerca de 1400 pessoas em um espaço com capacidade para 600 espectadores. “O Grupo Casa Grande pode ser considerado tanto uma frente político-cultural de resistência à ditadura militar quanto um lugar de sociabilidade do campo artístico-cultural brasileiro”, analisa Miriam Hermeto.
A historiadora Miriam Hermeto apresenta, nesta sexta-feira, dia 30, às 14h, resultados da pesquisa que desenvolve sobre o Grupo Casa Grande, associação informal de intelectuais, artistas e jornalistas que se reunia no Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1970 para debater a resistência à censura e a construção de um projeto cultural para o país.
Segundo ela, o Grupo tinha viés pluralista. “Foi capitaneado pelo frentismo comunista, que se expressou em um grupo ligado ao PCB, harmonizava-se com o projeto cultural dos empresários do Teatro Casa Grande e ia ao encontro do sentimento de necessidade de restituição do espaço de debate e das liberdades democráticas alimentado por muitos profissionais liberais ’à esquerda’”, detalha Hermeto.