Filme 'Xingu', que estreia nesta sexta, tem no elenco estudante indígena da UFMG

O filme Xingu, que estreia amanhã (sexta, 6), conta com a presença de uma integrante da comunidade acadêmica da UFMG. Trata-se da caloura do curso de Medicina Danielle Soprano – que atende também pelo nome indígena de Adana Kambeba.

Aprovada no vestibular indígena deste ano, Adana pertence à etnia Kambeba, localizada no estado do Amazonas, e mudou-se no início do ano para Belo Horizonte. Ela e mais 11 alunos compõem o terceiro grupo que ingressa na Universidade a partir do vestibular indígena, criado em 2010.

Ela foi escolhida em testes para os quais se inscreveu depois da insistência de uma amiga. Adana interpreta Kaiulu, par romântico de Cláudio Villas-Bôas. “Participar do filme tem sido muito importante pela oportunidade de conhecer irmãos de outros povos e de trabalhar com eles para contar a história de como foi criada uma das maiores reservas indígenas do mundo”, afirmou.

Em menos de um mês na UFMG, ela se diz entusiasmada com o curso e faz planos, com outros alunos, para um evento em 19 de abril, o Dia do Índio. A ideia é reunir alunos e lideranças e discutir, entre outros temas, a presença indígena na universidade. “A história da criação do Parque do Xingu evidencia a busca do reconhecimento do território e autonomia indígena. Assim também é a história dos estudantes indígenas da UFMG. Viemos de longe para, por meio dos estudos, levar um pouco de autonomia para os nossos povos”, afirma Adana Kambeba.

Xingu
O filme resgata a trajetória dos irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas, três dos mais importantes nomes do indigenismo brasileiro. Na década de 1940, eles coordenaram a Expedição Roncador-Xingu, que tinha como objetivo reconhecer e explorar a região central do país. Responsáveis pelo contato com índios isolados, os Villas-Bôas criaram, em 1961, o Parque Nacional do Xingu, onde atualmente vivem cerca de 5.500 índios de 14 etnias. No filme, os irmãos são interpretados pelo trio de atores João Miguel (Cláudio), Felipe Camargo (Orlando) e Caio Blat (Leonardo).

(Com informações da Comissão de Acesso e Permanência dos Estudantes Indígenas)