Universidade Federal de Minas Gerais

Luiza Bongir/UFMG
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Especialista em proteção intelectual defende que Brasil adote modelo de inovação em 'pequenos saltos'

sexta-feira, 15 de junho de 2012, às 5h59

Sem deixar de abrir trilhas inexploradas em suas pesquisas científicas, países como o Brasil devem adotar a chamada inovação incremental, que se caracteriza por “pequenos saltos” em relação a tecnologias já existentes. É o que sugere a pesquisadora Juliana Corrêa Crepalde, que lança nesta sexta-feira, dia 15, em evento na UFMG, livro sobre desenvolvimento tecnológico.

Ela explica que as inovações se dividem em incremental e radical. O melhoramento de uma formulação de medicamento, para diminuir seus efeitos colaterais, seria, por exemplo, resultado da primeira modalidade, enquanto a descoberta de nova classe farmacêutica se inscreveria no modelo de inovação radical.

Juliana Crepalde propõe que o Brasil siga esse primeiro caminho, como estratégia para consolidar o aprendizado e, em estágio posterior, alcançar novo patamar tecnológico. “A inovação radical contém muito mais riscos. Se ela dá certo, proporciona mais retorno, mas a modalidade incremental oferece um controle maior desse desenvolvimento”, compara ela, ao destacar que tal estratégia é adotada por países como o Japão.

A autora vê ainda o viés social da inovação incremental, ao destacar os benefícios para a população com o melhoramento dos medicamentos já em uso. “A opção pela inovação incremental, no entanto, não exclui a radical”, ressalva.

Papel da universidade pública
Para Juliana Crepalde, ao participar do sistema de inovação, a universidade dá mostras da relevância social de sua atuação. "Isso é tão importante quanto focar sua atuação no tradicional tripé ensino-pesquisa-extensão".

Na obra Parcerias tecnológicas e inovação incremental na indústria farmoquímica e farmacêutica nacional, fruto de dissertação de mestrado, a pesquisadora propõe parcerias tecnológicas entre instituições científicas – que detêm acúmulo de conhecimento –, governo e empresas do setor farmoquímico (de insumos e matérias-primas) e farmacêutico. “Acreditamos que essa aproximação vai alavancar o desenvolvimento da indústria química e farmacêutica no Brasil, além de trazer benefícios sociais”, afirma.

Entre os ganhos advindos dessas parcerias, Juliana cita uma maior autonomia tecnológica para o país, além da criação empresas mais competitivas e da geração de impostos. Outro fator importante, segundo a pesquisadora, é o desenvolvimento de novas profissões, com a capacitação de pessoas para gerar a propriedade intelectual. “Não é trivial lidar com as etapas da proteção de medicamentos ou trabalhar com todas as frentes de gestão da inovação tecnológica”, diz Juliana, que coordena o setor de Parcerias, Avaliação e Transferência de Tecnologia da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG, que está completando 15 anos de atividades.

Em sua opinião, o Brasil precisa organizar esses setores – nos âmbitos público e privado – para ampliar competências internas. “As parcerias tecnológicas vão levar ao amadurecimento do sistema nacional de inovação”, reitera.

Arcabouço jurídico
No mestrado, defendido na UFMG em 2010, Juliana foi orientada pelos professores Roberto Luiz Silva, que atua na área de direito internacional público, e Rubén Dario Sinisterra, pesquisador das áreas de química farmacêutica e inovação tecnológica.

Graduada em Direito, Juliana analisa os arcabouços nacional e internacional da proteção intelectual, que considera aspecto fundamental para a inovação. “Sem proteção intelectual as empresas não desenvolvem novas tecnologias, pois é a patente que assegura o investimento”, explica.

O que a motivou na pesquisa, diz, foi verificar que em termos de legislação o Brasil está “bem preparado, em consonância com o que se faz em outros centros de referência, como Estados Unidos e Europa”. Ele também verificou que o país “possui instituições como a UFMG, que soma vocação na área de biotecnologia e fármacos com papel fundamental e pioneiro na gestão da inovação”.

Ao analisar o perfil das empresas nacionais da área farmacêutica, Juliana afirma que elas se desenvolveram muito na área de genéricos – medicamentos para os quais não mais existe a patente – mas precisam avançar e fazer inovação. Em sua opinião, o Brasil sempre teve vocação para desenvolvimento tecnológico, mas não consolidou ainda a cultura da proteção da propriedade.

Outro aspecto importante da pesquisa, segundo a autora, é a integração dos aspectos jurídico e tecnológico. “Foi um desafio para mim, por ser uma área nova, em que o Direito precisa se aprofundar”, comenta.

Autora: Ana Rita Araújo

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