Universidade Federal de Minas Gerais

Líder da etnia Mbyá-Guarani discute relações interculturais

quarta-feira, 18 de julho de 2012, às 21h53

O guarani e o português carregam semelhanças gramaticais, mas a linguagem é bastante diferente. Algumas traduções são impossíveis, o que dá margem a interpretações equivocadas, que podem prejudicar a compreensão dessa cultura índigena. O alerta é do líder da etnia Mbyá-Guarani, Vherá Poty Benites da Silva, que expôs sua visão das relações interculturais nesta quarta-feira no Teatro Santa Izabel.

Vherá Poty exemplifica com a palavra opy, que denomina um local religioso. A tradução ensina que opy é casa de reza, mas ele discorda. “Nós não rezamos, não somos cristãos. Nós nos relacionamos com nossas divindades de outras maneiras. Opy também é um lugar de lazer, nós divertimos lá”, pondera.

O mestre trabalha com produções audiovisuais em sua comunidade, usa celular todos os dias, e estava devidamente agasalhado para enfrentar o frio de Diamantina. Questionado sobre as críticas que os índios recebem quando adotam elementos da cultura branca ocidental, ele ironizou: “Querem que andemos pelados, mas se eu sair pelado por aí vão me prender”.

E prossegue em seu argumento: “O que fazemos são apropriações necessárias para melhorar nossa qualidade de vida e nos integrarmos à sociedade. Às vezes, penso que querem fazer de nós um museu a céu aberto, para se lembrarem da história do país, mas nós somos pessoas”.

Desconstruir preconceitos
Ele domina perfeitamente o português e desde os 15 anos é um líder de sua comunidade, em Araçaí, no Paraná. Hoje, aos 25, casado e com dois filhos, dá aulas de português para as crianças Mbyá-Guarani e é professor de guarani para não índios, muitos deles docentes universitários. Vherá Poty criou um grupo de canto indígena que aprimora na aldeia essa prática cultural secular e participa de convenções, festivais e seminários com o intuito de mostrar sua cultura. Seu objetivo é desconstruir preconceitos e defender os direitos de seu povo, que vão de discussões territoriais ao direito de usar roupas e celulares sem deslegitimar sua cultura.

Desde criança, Vherá Poty se inspira nos mestres da comunidade e passou a acompanhá-los em suas viagens. A responsabilidade de liderar um grupo pouco conhecido e que necessita de compreensão e respeito pesa sobre os seus ombros. “Quando chego a um lugar representando minha comunidade, represento também todos os indígenas, pois somos vistos como uma coisa só”, argumenta.

A participação de Vherá Poty e do grupo de canto foi intermediada pela professora Marília Raquel Albornoz Stein, da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ela trabalhou com o líder e sua comunidade na tese de doutorado que desenvolvia em 2005 sobre cantos indígenas. O estudo rendeu um audiolivro, ação conjunta entre alunos de etnomusicologia e os indígenas. A comunidade participou da produção e escolheu o repertório.

(Natália Carvalho)

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