Termina nesta quinta-feira, dia 26, o 44º Festival de Inverno da UFMG, que mudou a rotina da cidade de Diamantina nas duas últimas semanas. O seminário Os saberes e o bem comum, que promoveu a aproximação entre xamãs e cantores indígenas, mestres do congado, pesquisadores de diferentes áreas (antropólogos, linguistas, arquitetos, musicólogos), artistas plásticos, cineastas, representantes do poder público, líderes comunitários e ativistas, tem hoje seu sétimo e último encontro, o Encontro de saberes. A discussão será realizada às 15h, no Teatro Santa Izabel (praça Dom Joaquim, 502, Centro), e contará com a presença de mestres participantes do Festival de Inverno José Jorge de Carvalho (antropólogo, coordenador do INCT de Inclusão no Ensino Superior e Pesquisa), Sônia Queiroz (linguista, professora e diretora de Ação Cultural da UFMG) e César Guimarães (professor da UFMG e coordenador-geral do Festival de Inverno). O objetivo do seminário Os saberes e o bem comum é permitir o diálogo entre diferentes saberes e práticas, em busca de novas formas de partilha do bem comum.
Fechando a programação do Festival, toda a população de Diamantina e visitantes estão convidados para a Festa no Mercado, com DJ Anônimo e convidados, a partir das 20h30, no Mercado Velho, símbolo da cidade histórica.
Todas as atividades do 44º Festival de Inverno da UFMG são gratuitas.
Bem comum
O 44º Festival de Inverno da UFMG, realizado entre os dias 15 e 26 de julho, propôs o diálogo entre os saberes tradicionais e acadêmicos, acolhendo outros atores e formas de conhecimento provenientes das culturas indígenas, afro-brasileira e popular, a fim de visitar o passado e projetar ações para o futuro da região de Diamantina.
Para materializar a nova proposta, resumida no tema O bem comum, foi criado o modelo de “casas” em substituição à estrutura de “oficinas”, que reproduzia o ambiente da sala de aula. Com uma denominação que alude às malocas indígenas, as casas – Casa da Palavra, Casa dos Cantos e da Escuta, Casa das Imagens, Casa da Cidade, Casa do Corpo e Casa da Memória Chica da Silva – foram usadas como espaços de acolhimento, encontro e troca de conhecimentos entre especialistas acadêmicos e mestres das culturas populares.
A metáfora do acolhimento permeou toda a programação e os métodos de trabalho empregados, enfatizando encontros e relações, em vez de produtos. Em uma iniciativa de descentralização do espaço urbano, algumas das casas ocuparam o centro histórico da cidade, enquanto outras tiveram como palco locais periféricos.
As performances cênicas e musicais foram, em sua maior parte, eventos de médio e pequeno portes, possibilitando maior interação dos artistas com o público. Entre as atrações culturais, a programação do Festival de Inverno ofereceu a diamantinenses e visitantes exibições cinematográficas e apresentações musicais como as de Naná Vasconcelos, André Abujamra, Zezé Motta, música instrumental, grupos de choro, MC’s, entre outros.