Universidade Federal de Minas Gerais

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O curimbatá-pacu é uma das três espécies estudadas pela equipe do ICB

Pesquisa propõe monitoramento genético para garantir diversidade de peixes de água doce

quinta-feira, 20 de setembro de 2012, às 5h59

A reprodução de peixes nativos para promover o repovoamento artificial de rios pode comprometer a diversidade genética dos cardumes? A dúvida impulsionou uma série de pesquisas no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) cujo interesse ultrapassa o ambiente acadêmico, pois tem reflexo direto na rotina de concessionárias que gerenciam o funcionamento de usinas hidrelétricas em todo o país.

A prática de soltar, nos rios e reservatórios, alevinos – filhotes de peixes – criados em cativeiro é uma das ações ambientais adotadas pelas concessionárias para minimizar o impacto da construção de barragens, que separam trechos de rios e restringem ou impedem o movimento migratório de peixes.

Sob a orientação do professor Evanguedes Kalapothakis, do Departamento de Biologia Geral do ICB, a bióloga Tatiana Barroca desenvolveu tese de doutorado que analisa a variabilidade genética de três espécies de peixes do gênero Curimbatá (Prochilodus spp), nos rios Pará, Paraopeba e Grande, todos em Minas Gerais.

Segundo o orientador, o gênero Prochilodus é de grande relevância, já que suas espécies estão entre os peixes de água doce mais abundantes e amplamente distribuídos em rios sul-americanos. “Eles são muito importantes para a pesca comercial e de subsistência em muitas partes do continente, constituindo de 50 a 90% da biomassa total de peixes em determinadas regiões”, explica o professor.

De acordo com a pesquisadora, o estudo contribui de forma significativa para a preservação dessas espécies, pois sugere regiões prioritárias para conservação e pode auxiliar no processo de repovoamento, particularmente na escolha de matrizes reprodutoras utilizadas pelas estações de piscicultura das concessionárias.

“O monitoramento genético contínuo do Prochilodus spp. nos três rios estudados será fundamental para garantir que os planos de gestão implantados nessas bacias, ligados à conservação e ao manejo, mantenham a diversidade genética das espécies na região”, comenta Tatiana. Além do repovoamento artificial, as concessionárias adotam ações como instalação de escadas ou sistemas de transposição e preservação de matas ciliares e de rios tributários.

Marcação genética
Em pesquisa encomendada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), equipes coordenadas pelos professores Evanguedes Kalapothakis e Alexandre Godinho – do Departamento de Zoologia do ICB – fazem, respectivamente, marcações genética e física na represa de Volta Grande, localizada no Rio Grande.

O objetivo é monitorar todo o processo de repovoamento que inclui o controle das matrizes reprodutoras mantidas na estação ambiental da Companhia e a soltura dos alevinos e a posterior captura, para determinar se eles sobrevivem ou não e qual o papel do repovoamento. “Trata-se de estudo pioneiro com marcação genética que abrange todas essas etapas”, informa Tatiana Barroca.

Na etapa de controle das matrizes, cada um dos cerca de 600 peixes da estação ambiental foi identificado. Também foram separados casais ou grupos de uma fêmea e dois machos, para que fosse possível identificar a origem de todos os alevinos que serão soltos no rio. “Desse modo, em etapa posterior, quando for feita a captura, poderemos informar à Cemig os casais preferenciais, ou seja, aqueles que ajudam a manter a diversidade genética naquele rio”, explica Tatiana.

Ela destaca que a variabilidade é fundamental, por exemplo, no caso de uma doença atingir o cardume. “Se houver diferenças nos perfis genéticos, alguns indivíduos podem ser resistentes, o que garante a sobrevivência da espécie”, diz.

Segundo João Lopes, biólogo da Cemig, a intenção das pesquisas é avaliar a efetividade do processo, para criação de um modelo. “Podem-se propor ajustes para que se torne o mais correto possível dos pontos de vista genético e ecológico”, explica, ressaltando a importância de pesquisas que minimizem o impacto da presença das barragens.

Além de impedir a rota de migração de cardumes, as barragens, explica Lopes, criam ambientes artificiais em seus reservatórios, nos quais algumas espécies são incapazes de sobreviver ou de se desenvolver plenamente. “A tendência é a redução das populações, e o repovoamento tem o intuito de minimizar as consequências dessa intervenção.”

Com a adoção de um modelo, o cruzamento de matrizes deixará de ser aleatório e passará a se guiar pela diversidade genética alcançada. A bióloga informa que, até o momento, os resultados do projeto têm sido promissores.

“Poderemos contribuir de forma significativa, propondo medidas mais indicadas para a manutenção da diversidade das comunidades de peixes da região, além de acelerar e aumentar a exatidão das decisões tomadas para o manejo adequado da espécie em questão”, reitera.

A equipe do professor Kalapothakis analisou o perfil genético de três populações de peixes do rio Pará, em ambientes diferentes. Também foram analisadas geneticamente amostras de espécies presentes no rio Paraopeba e em quatro lagoas marginais que funcionam como berçários, em estudo voltado para o consórcio de Furnas.

(Boletim 1785/Ana Rita Araújo)

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