Universidade Federal de Minas Gerais

Extraída de vídeo do UFMGTube
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Joana Ziller: as pessoas não têm a dimensão do que é publicar em sites como o Facebook

Redes sociais criam novas demandas para a sociedade, afirma pesquisadora da Fafich

quinta-feira, 11 de outubro de 2012, às 5h54

Serviços gratuitos que proporcionam aos usuários a possibilidade de se conectarem com pessoas distantes, conhecer outros usuários com interesses em comum, compartilhar sentimentos, pensamentos e indignações, conferindo voz a indivíduos que tornaram-se, também, produtores de informação, as redes sociais são fenômeno - e reflexo - indiscutível da contemporaneidade.

O Facebook, site de relacionamento mais popular do mundo, reúne hoje mais de 1 bilhão de usuários, e processa por dia cerca de 2,7 bilhões de "curtir", 300 milhões de fotos e 2,5 bilhões de atualizações de status.

As implicações comportamentais e de negócio da ascensão de sites como esse serão apresentadas hoje, no auditório da Faculdade de Odontologia, pela professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG Joana Ziller, que ministrou, na última quinta-feira, dia 11, a palestra Qualidade da informação e produsage: semiótica, informação e o usuário antropofágico.

“O sucesso das redes sociais não pode ser explicado como um fenômeno independente. Esses modelos surgem de uma demanda preexistente: pessoas que já se conheciam precisavam estar em contato constante umas com as outras”, explica Joana Ziller. “No entanto, além de serem fruto de condições sociais, essas redes também condicionam e criam novas demandas para a sociedade”, ela destaca.

A pesquisadora lembra que as redes sociais estruturaram um modelo de negócio baseado na venda de dados dos usuários para grandes empresas. A compra ocorre em blocos, e o que é vendido não são as preferências de cada pessoa, mas perfis de clientes.

Ao se cadastrar no Facebook, por exemplo, o usuário autoriza o site a manusear seus dados pessoais. Essa informação aparece embutida nos termos de serviço do usuário, seção que nem sempre é lida integralmente durante o processo de cadastramento.

De acordo com a pesquisadora, as empresas compradoras conseguem, por meio da aquisição desses dados, desenvolver publicidade direcionada a públicos específicos. Um exemplo simples: quando alguém troca emails contendo a palavra maquiagem, em breve anúncios de produtos desse segmento começarão a aparecer na tela desse usuário.

Joana Ziller recorre a uma frase do desenvolvedor da Microsoft Andrew Lewis, que se tornou uma espécie de bordão da área, para explicar o processo: “Se você não pagou por alguma coisa, você não é o cliente, é o produto à venda.”

Risco iminente
Ainda que as políticas de privacidade sejam geralmente cercadas de termos de proteção à ética com relação aos dados pessoais, a professora acredita que a manipulação de informações pessoais é algo preocupante. Segundo ela, o meio virtual apresenta falhas de segurança inerentes por mais bem-intencionados que sejam os sites, já que não querem perder a confiança dos usuários. "Sabemos que hackers e crackers podem atacar os sistemas", alerta Joana Ziller, que é doutora em Ciência da Informação pela UFMG.

“As pessoas não conseguem mensurar muito bem o significado da palavra publicar, a dimensão do tornar público. Se elas não querem que determinada informação se torne pública, não devem colocá-la na internet, nem mesmo nas mensagens individuais”, acrescenta a pesquisadora.

Mas ela não prega o alarmismo, e acredita apenas que as pessoas devem manter o bom senso necessário para a vida real. “Não saímos por aí falando nossas intimidades para todo mundo. Da mesma forma, nas redes sociais não há necessidade de se expor excessivamente a vida privada.”

Usuário antropofágico
Outro tema a ser abordado na palestra de Joana Ziller está vinculado a padrões de comportamento que surgem em razão das novas formas de relacionamento e difusão de informações, como, por exemplo, as paródias e apropriações. “As redes sociais parecem estimular o ato de ‘devorar’ o que os outros publicam, fazer associações, inferências, aplicar experiências próprias e republicar. O que se assemelha muito ao ideal antropofágico que guiou os modernistas na primeira metade do século 20”, ela comenta.

A pesquisadora se dedica mais especificamente à observação de vídeos parodiados lançados na internet. “Os vídeos passam por ressignificações, os símbolos são reinterpretados, e carregam algo da vivência de quem os faz”, justifica a professora. A chamada “democratização digital” também abrange essa prática, que de acordo com Joana, propicia àqueles que não tinham condições de criar algo, por impossibilidade técnica, a oportunidade de produzir sentidos contando também a sua história.

A professora cita o exemplo do clipe Oração, do grupo curitibano A Banda Mais Bonita da Cidade, que no ano passado teve milhares de visualizações e compartilhamentos em menos de uma semana de publicação. “O vídeo foi tão assistido que chegou a saturar as redes sociais e logo se multiplicaram as paródias, algumas criticando a canção repetitiva, outras se aproveitando da melodia de fácil memorização para difundir novas ideias”, rememora Joana Ziller, que indica alguns links com exemplos de paródia do clipe.

Vídeo A Banda Mais Bonita da Cidade

Vídeo A quitinete mais bonita da cidade

Vídeo A banda mais bonita da internet

(Natália Carvalho)

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